tag:blogger.com,1999:blog-33793214734641605552023-11-15T10:31:36.481-03:00Eduardo NasiDe volta. Os comentários são moderados e dependem de aprovação.Unknownnoreply@blogger.comBlogger449125tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-7927496965206136632020-06-06T20:54:00.002-03:002020-06-06T20:54:38.397-03:00Boletim do MeteoroParei de vir aqui faz um tempo.<br />
<br />
Se houver interesse em algo que escrevo, <a href="https://mailchi.mp/eddb846f51d6/meteoro">você pode assinar o Boletim do Meteoro</a>.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-65890741047407477262018-04-09T16:01:00.000-03:002018-04-09T16:01:01.564-03:00Entre o mundo e eu<span style="font-family: inherit;">Li <a href="https://amzn.to/2Ev0Xso"><i>Entre o mundo e eu</i></a>, livro em que Ta-Nahesi Coates escreve uma longa carta a seu filho de 15 anos sobre o que é ser negro nos Estados Unidos.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">(De uma forma resumida: ser negro é não ter direito pleno a seu próprio corpo, uma herança </span>escravocrata. Imagino que no Brasil o sentimento de um negro seja parecido ou, talvez, ainda pior.)<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Em Os Sertões, que acabara de ler imediatamente antes, a frase que me bateu foi "Canudos nunca se rendeu". <i>Entre o mundo e eu</i> é cheio de frases potentes, como citarei abaixo, mas a frase que ficou não é de Coates, e sim do jornalista Ralph Wiley, rebatendo um questionamento de Saul Bellow. O romancista tinha dado uma patada nos negros e na arte africana como um todo ao perguntar quem seria o Tolstói dos zulus.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div>
<span style="font-family: inherit;">“Tolstói é o Tolstói dos zulus”, respondeu, mais tarde, Wiley. “A menos que você ache por bem cercar propriedades universais da humanidade para uma posse tribal exclusiva.”</span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Tolstói é o Tolstói dos zulus.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Óbvio que é.<br />
<br />
A arte fica mais fraca, e mais frágil, se é só de um pequeno grupo.<br />
<br />
Seria uma pena que Coates fosse o Tolstói dos zulus, e não pudéssemos lê-lo e sermos impactado por ele fora de uma dada etnia ou comunidade.<br />
<br />
Deixo aqui alguns trechos que selecionei. A edição é da Companhia das Letras, com uma ótima tradução de Paulo Geiger:<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><i>"Eu não podia encontrar um refúgio, como faziam muitos, na igreja e em seus mistérios. Meus pais rejeitavam quaisquer dogmas. Desprezávamos os feriados impingidos pelos que queriam ser brancos. Não suportávamos seus hinos. Não nos ajoelharíamos ante seu Deus. E assim eu não tinha o sentimento de que havia um Deus justo ao meu lado. 'Os mansos herdarão a terra' não significava nada para mim. Os mansos eram surrados no oeste de Baltimore, pisoteados na Walbrook Junction, espancados em Park Heights e estuprados nos chuveiros da prisão municipal. Meu entendimento do universo era físico, e seu arco moral se inclinava para o caos e terminava numa caixa."</i></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span>
<i>"Sou negro, fui saqueado e perdi meu corpo. Mas talvez também possa saquear, pegar o corpo de outro humano para me afirmar numa comunidade. Talvez já tenha feito isso. O ódio confere uma identidade. O crioulo, a bicha, a puta iluminam a fronteira, iluminam o que ostensivamente não somos, iluminam o Sonho de ser branco, de ser um Homem. Damos nomes aos odiados estranhos e assim somos confirmados na tribo."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"A nenhum de nós foi prometido que estaremos de pé ao final da luta, os punhos erguidos para o céu. Não podemos controlar o número de inimigos que temos, sua força ou armamento. Às vezes nos deparamos com uma situação bem ruim. Mas quer se lute, quer se corra, devemos fazer isso juntos, porque essa é a parte que está sob nosso controle. O que nunca devemos fazer é entregar voluntariamente nossos corpos ou os corpos dos nossos amigos. Esta é a sabedoria: sabemos que não fomos nós que estabelecemos a direção da rua, mas apesar disso podemos — e devemos — conceber o rumo de nossa caminhada. E é este o sentido mais profundo do seu nome — o de que a luta, em si mesma e por si mesma, tem significado."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"Agora entendo meu pai e o velho mantra: 'Ou eu bato nele, ou bate a polícia'."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"Os negros amam seus filhos com uma espécie de obsessão. Você é tudo que temos, e já nos chega em perigo. Penso que preferiríamos matá-lo nós mesmos a vê-lo morto pelas ruas que a América criou. Esta é a filosofia dos descorporificados, das pessoas que nada controlam, que nada podem proteger, que estão destinadas a temer não apenas os criminosos entre elas, mas também a polícia que age soberana acima delas com toda a autoridade moral de uma gangue de proteção."</i><br />
<i><br /></i>
<div>
<i>"'Eu poderia mandar prender você!'. O que corresponde a dizer: 'Eu poderia tomar o seu corpo'."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"No início da Guerra Civil, nossos corpos roubados valiam 4 bilhões de dólares, mais do que toda a indústria, todas as ferrovias, oficinas e fábricas americanas combinadas, e o primeiro produto fornecido por nossos corpos roubados — o algodão — era a principal exportação da América. Os homens mais ricos da América viviam no vale do rio Mississippi, e sua riqueza provinha de nossos corpos roubados. Nossos corpos foram mantidos na servidão por nossos primeiros presidentes. Nossos corpos eram negociados a partir da Casa Branca por James K. Polk. Nossos corpos construíram o Capitólio e o National Mall. O primeiro tiro da Guerra Civil foi disparado na Carolina do Sul, onde nossos corpos constituíam a maioria dos corpos humanos do estado. Eis aí o motivo da grande guerra. Isso não é segredo. Mas podemos fazer melhor, e encontrar o bandido confessando seu crime. 'Nossa posição é totalmente identificada com a instituição da escravatura', declarou o Mississippi ao deixar a União, 'o maior interesse material do mundo'."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"É isso que eu queria que você soubesse: na América, é tradição destruir o corpo negro; é uma herança. A escravidão não foi apenas o antisséptico emprestar do trabalho — não é tão fácil conseguir que um ser humano comprometa seu corpo contra seu próprio e elementar interesse. E assim a escravidão tem de ser ira casual e amputações aleatórias, o corte de cabeças e cérebros estourados sobre o rio enquanto o corpo procura escapar. É um estupro tão regular que chega a ser industrial. Não há um modo mais elevado de dizer isso. Não disponho de hinos de louvor, nem de velhos spirituals negros. O espírito e a alma são o corpo e o cérebro, que são destrutíveis — e, justamente por isso, tão preciosos. E a alma não escapou. O espírito não se alçou nas asas do gospel. A alma foi o corpo que alimentou o tabaco, o espírito foi o sangue que irrigou o algodão, e eles criaram os primeiros frutos do jardim americano. E garantiam-se os frutos batendo em crianças com lenha de fogão, descamando a pele com ferro quente, como se descasca o milho."</i></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-53843294900922878412018-04-08T21:13:00.004-03:002018-04-08T21:14:04.881-03:00Nos últimos dias<b>Exposições</b><br />
<br />
Maria Auxiliadora, no Masp<br />
Imagens do Aleijadinho, no Masp<br />
Emanoel Araújo, no Masp<br />
Véio, no Itaú Cultural<br />
Esse obscuro objeto do desejo, na Fortes D'Aloia & Gabriel<br />
<br />
<b>Livros</b><br />
<b><br /></b>
Os Sertões<br />
<a href="https://amzn.to/2Ev0Xso">Entre o mundo e eu</a><br />
<a href="https://amzn.to/2IBBvUu">Reflexos e Sombras</a><br />
<br />
<b>Filmes</b><br />
<br />
Imagens do Estado Novo 1937-1945<br />
Trash Humpers (no <a href="https://t.co/aanNKyhdl5">Mubi</a>)<br />
Let there be light<br />
Uma mulher fantástica<br />
ZamaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-37789363701633342112018-04-08T21:04:00.003-03:002018-04-08T21:05:06.974-03:00Os Sertões (Final)<blockquote class="tr_bq">
<i>"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados."</i></blockquote>
<br />
Canudos não se rendeu.<br />
<br />
Canudos não se rendeu.<br />
<br />
Canudos não se rendeu.<br />
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<br /></div>
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Repito mentalmente essa frase há quase uma semana. Ela está perto do fim de <i>Os Sertões</i> e ressoa.</div>
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<br /></div>
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<i>Os Sertões</i> é sobre a aniquilação de um líder popular. É sobre a origens das favelas do Rio de Janeiro. É sobre ocupação militar e resistência.</div>
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<br /></div>
<div>
Canudos deu uma sova no exército. Você vai lendo Os Sertões e chega um novo capítulo, por exemplo, o da expedição Moreira César ou A Nova Luta. Você pensa: agora vai, a República vai massacrar Canudos e Euclydes da Cunha ainda vai enrolar por uns capítulos. Não vai. O exército vai tomar uma nova sova. Canudos só é derrotada no final, "por esgotamento completo".</div>
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<br /></div>
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Canudos não se rendeu.<br />
<br />
Canudos não se rendeu.<br />
<br />
Canudos não se rendeu.</div>
<div>
<br /></div>
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Antônio Conselheiro, encontrado morto, foi desenterrado e teve sua cabeça decepada e analisada – segundo preceitos científicos da época que hoje sabemos que eram racistas.</div>
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<br /></div>
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Quando acharam seu corpo, fizeram a única foto conhecida do líder de Canudos:</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-zO9T71zYXm0/WsqnBpaYAbI/AAAAAAAAF2Y/QqTfg3I20NsZm5VJdEVTihxSx7Kp6j_xwCLcBGAs/s1600/Antonio_Conselheiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="990" data-original-width="1600" height="246" src="https://1.bp.blogspot.com/-zO9T71zYXm0/WsqnBpaYAbI/AAAAAAAAF2Y/QqTfg3I20NsZm5VJdEVTihxSx7Kp6j_xwCLcBGAs/s400/Antonio_Conselheiro.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Fico por aqui.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-25375824915819943972018-03-23T14:49:00.005-03:002018-03-23T14:50:05.590-03:00Pão irlandês<a data-flickr-embed="true" href="https://www.flickr.com/photos/65047661@N00/25292114472" title="Irish soda bread"><img alt="Irish soda bread" height="266" src="https://farm2.staticflickr.com/1471/25292114472_0fbc915480_c.jpg" width="400" /></a><br />
<br />
<script async="" charset="utf-8" src="//embedr.flickr.com/assets/client-code.js"></script>
Voltei a fazer experiências com levain, e talvez fale sobre isso mais pra frente.<br />
<br />
Hoje, queria dividir com vocês a receita de um pão ridiculamente fácil de fazer, e uma cozinha em pleno funcionamento tem todos os ingredientes no armário.<br />
<br />
Vale a pena guardar essa receita, porque é tão rápido quanto ir à padaria. Num domingo, dá pra acordar e fazer pro fim de semana.<br />
<br />
<b>Ingredientes</b><br />
<br />
450 gramas de farinha branca (3 1/2 xícaras) e mais um pouco pra quando for amassar o pão<br />
<br />
uma pitada generosa de sal<br />
<br />
uma colher de chá de bicarbonato de sódio, que é o fermento<br />
<br />
1 1/2 xícara de buttermilk, que é algo que é difícil de achar pronto no Brasil, mas você vai fazer colocando umas gotas de limão no leite e deixando parado por uns cinco minutos. Vale a pena já preparar um pouco mais pro caso de a massa ficar muito farinhenta<br />
<br />
(Você pode acrescentar passas ou castanhas na massa se quiser. Em alguns países, isso é comum, mas tradicionalmente o pão irlandês é puro mesmo)<br />
<br />
<br />
<b>Como fazer</b><br />
<br />
Pré-aqueça o forno enquanto separa os ingredientes e prepara o buttermilk.<br />
<br />
Numa vasilha, misture todos os ingredientes.<br />
<br />
Com a mão, comece a amassar numa superfície coberta com farinha, até a massa ficar uniforme. Ela vai estar pronta quando parecer uma massinha de modelar: consistente, sem estar pegajosa nem úmida.<br />
<br />
Molde a massa até deixar num formato arredondado.<br />
<br />
Faça dois cortes em formato de cruz no pão. Esses cortes podem ser bem profundos, chegando até o centro da massa. (Veja na foto acima como fica)<br />
<br />
Ponha no forno numa forma untada. Deixe por 15 minutos em 250ºC e depois reduza pra uns 200ºC e deixe mais uns 40 minutos, até ficar bem dourado por fora.<br />
<br />
Coma quente, com uma boa manteiga.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-13274975772517756412018-03-21T16:02:00.002-03:002018-03-21T16:02:23.710-03:00A cara que mereces<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-MyyHyWcetv4/WrKr2l4HLHI/AAAAAAAAF10/SRf0BBX65vIpRhWShqn4od3m65X8MA0VwCLcBGAs/s1600/Screen%2BShot%2B2018-03-19%2Bat%2B10.06.14.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="915" data-original-width="1600" height="366" src="https://1.bp.blogspot.com/-MyyHyWcetv4/WrKr2l4HLHI/AAAAAAAAF10/SRf0BBX65vIpRhWShqn4od3m65X8MA0VwCLcBGAs/s640/Screen%2BShot%2B2018-03-19%2Bat%2B10.06.14.png" width="640" /></a></div>
<br />
Da abertura do filme A cara que mereces, de Miguel Gomes.<br />
<br />
(Vimos no <a href="https://t.co/aanNKyhdl5">Mubi</a>, que tem nos ajudado a ver os primeiros filmes desse diretor, de quem somos tão fãs.)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-49863757226764763602018-03-20T09:54:00.001-03:002018-03-21T16:02:55.395-03:00Os Sertões (II)Com o avanço da leitura, retorno para mais algumas observações, sobre <i>Os Sertões</i>, que começaram <a href="http://eduardonasi.blogspot.com.br/2018/02/os-sertoes-i.html">ali embaixo</a>.<br />
<br />
E porque, com a intervenção militar no Rio, alguns paralelismos ganham interesse.<br />
<br />
A intervenção ressoa no livro; o livro, na intervenção.<br />
<br />
Os agrupamentos que chamamos de favelas surgem no Rio com a derrocada de Canudos. Morro da Favela foi um dos territórios do Conselheiro.<br />
<br />
A rigor, a gênese da intervenção atual está descrita em <i>Os Sertões</i>.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
*</div>
<br />
A formação de Euclydes da Cunha na Escola Militar da Praia Vermelha e na Escola Superior de Guerra é um elemento importante. O autor é um militar, entende de batalha e se surpreende com o rigor do sertanejo. Também tem base para criticar o exército, para ver seus erros.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
*</div>
<br />
Destaco duas citações que extraí do capítulo sobre a chegada da expedição militar comandada por Moreira César:<br />
<br />
<i>"Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"O fetichismo político exigia manipansos de farda.</i><br />
<br />
<i>Escolheram-no para novo ídolo."</i><br />
<br />
(sendo manipanso o próprio Moreira César. Hoje, temos candidatos a manipansos enviados pelo governo federal para todo lado.)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-65442618310577894142018-03-20T09:36:00.000-03:002018-03-20T09:38:02.220-03:00Nos últimos dias<b>Filmes</b><br />
<br />
Amante por um dia<br />
Maria Madalena<br />
A cara que mereces (no <a href="https://t.co/aanNKyhdl5">Mubi</a>)<br />
Trama fantasma<br />
Projeto Flórida<br />
Lumière!<br />
<br />
<b>Livros</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2GMqUXc">Hit makers - Como nascem as tendências</a><br />
<a href="http://amzn.to/2u3hJiq">50 poemas de revolta</a><br />
<br />
<b>HQ</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2FViawD">Uma irmã</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-83813682484137436692018-02-23T00:40:00.000-03:002018-02-23T00:40:34.065-03:00Os Sertões (I)Fiz algumas notas de leitura de <i>Os Sertões</i>, que comecei a ler há alguns dias. Estou no fim da parte 2, <i>O Homem</i>.<br />
<br />
Estou lendo uma edição velha que estava aqui em casa, cheia de erros de revisão. Caso alguém queira me acompanhar, creio que <a href="http://amzn.to/2CEwF5E">a edição Ubu/Sesc</a> seja mais digna.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
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<br />
Lembro o tempo todo que meus professores de literatura sempre diziam que a gente devia pular os capítulos <i>A Terra</i> e <i>O Homem</i> e ir direto pra <i>A Luta</i>, que é quando Euclydes da Cunha conta sobre Canudos. Hoje, afirmo: discordo demais dessa ideia. <i>A Terra</i> é certamente mais duro, cheio de termos técnicos de geologia, mas tem lá sua beleza. <i>O Homem</i>, apesar de tudo, é maravilhoso, especialmente quando começa a falar do Antônio Conselheiro.<br />
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<br /></div>
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Euclydes da Cunha começa o livro muito mais racista do que eu podia imaginar. Não lembro de ter tido essa discussão na escola ou de ter visto em algum lugar – mas também nunca tinha me aprofundado em <i>Os Sertões</i>.</div>
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<br /></div>
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A frase famosa a respeito de o sertanejo ser, antes de tudo, um forte é dita com certo espanto, porque pra ele a mestiçagem enfraqueceria a genética do homem. Ou seja: pra Euclydes da Cunha, naquele momento, o sertanejo é, APESAR e não ANTES de tudo, um forte. Apesar de ser mestiço, parece dizer o jornalista, pois, pra ele, ser mestiço é ainda pior que ser negro ou índio. É quase uma surpresa a seus olhos que um mestiço possa se virar tão bem quanto os sertanejos. Os mestiços do Sudeste, que lhe são mais familiares, parecem ser mais piores. Mesmo feios, com aparência de preguiçosos, os sertanejos são muito capazes.</div>
<div>
<br /></div>
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Esse racismo de Euclydes da Cunha vem da ciência eugenista da época, claro. Tenho pra mim que, de certa forma, essa visão vai esmaecendo na medida em que ele depara com o sertanejo, que lhe parece de fato um tipo extraordinário. É como se todas as bobagens eugenistas não batessem com a realidade que ele encontra no sertão e, aos poucos, fosse deixando pra lá sua ciência eugenista que, a rigor, não lhe serve pra nada. Até aqui, contudo, Euclydes da Cunha não chega a perceber conscientemente que as teorias eugenistas eram uma bobagem sem tamanho. Mas, sem querer passar pano, me parece que ele escreve como se, no fundo, desconfiasse disso.</div>
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(Insisto num ponto: essa é a impressão que tenho até aqui. Mais adiante, posso revisar esse olhar.)</div>
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<br /></div>
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Me chama muita atenção a influência de Francisco de Assis na figura e no imaginário de Antônio Conselheiro. São Francisco é, a seu modo, o molde que Antônio Maciel usa para se tornar um santo em vida. Antônio Conselheiro segue uma cartilha bem franciscana nos seus anos de formação: vive de esmolas, e só o suficiente pra sobreviver, dorme em tábuas ou no chão, faz um diálogo direto com Deus, sem intermédio da Igreja. Não por acaso, creio: Antônio, afinal de contas, é um Antônio, como o santo seguidor de Francisco. O rio que corta o sertão é o São Francisco.</div>
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<br /></div>
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Chuto, então, que Antônio Conselheiro se forjou um São Francisco, talvez não deliberadamente, mas talvez porque fosse a única forma que pudesse enxergar de ser, em vida, em pleno sertão, um homem santo.</div>
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<br /></div>
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(Para aprofundar em Francisco e poder comparar, recomendo ler <a href="http://amzn.to/2HDOvJF">Francisco de Assis, Vida de Um Homem, de Chiara Frugoni</a>.)</div>
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Volto outra hora.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-39783354980954949832018-02-20T14:43:00.001-03:002018-02-20T14:43:15.944-03:00Turrell<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-vr9YSFKM08E/Woxdk1GJcII/AAAAAAAAF1E/A45RZttA4cERHszr0J4mBAxiTelGelTfACLcBGAs/s1600/turrell.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-vr9YSFKM08E/Woxdk1GJcII/AAAAAAAAF1E/A45RZttA4cERHszr0J4mBAxiTelGelTfACLcBGAs/s400/turrell.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">Essa história aconteceu durante a exposição Materialidade, no Sesc Belenzinho, em 2015, que exibiu a obra acima - uma projeção de James Turrell.</span><br />
<br style="color: #1d2129; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;" />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">Um menino viu a obra e foi com tudo em direção a ela. Bateu na parede.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">A mãe disse:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">- É uma parede, meu filho.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">E eis que o menino, que entendeu tudo da vida, disse:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">- Claro que não, mãe. É uma passagem.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "sf optimized" , , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px;">E se arremessou de novo, com toda a força.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-86244699686258018902018-02-20T14:09:00.001-03:002018-02-20T14:09:30.874-03:00Sobre prioridades<div style="color: #1d2129; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-bottom: 6px;">
Diante da possibilidade de adquirir uma das arlesianas de Van Gogh, o irmão de Matisse preferiu usar o dinheiro pra comprar uma bicicleta sem corrente.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Amélie, mulher de Matisse, penhorou um anel de esmeralda, um de seus favoritos, para comprar <i>As banhistas</i>, de Cézanne. Perdeu o prazo de resgate e nunca recuperou a joia. O casal ficou com a pintura por 37 anos. Amélie não captava muito o que tinha ali, mas sabia que era importante, e era mesmo: Matisse foi profundamente influenciado por esse convívio com o quadro.</div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-top: 6px;">
Acho que essa historinha diz muito sobre amor e sobre prioridades.</div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: "SF Optimized", system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.11999999731779099px; margin-top: 6px;">
<i>(Essa história está no <a href="http://amzn.to/2EW2ZG6">Matisse, Uma vida</a> e foi publicada originalmente no Facebook em 9 de agosto de 2016.)</i></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-59724976389584272122018-02-17T22:52:00.000-02:002018-02-17T22:52:13.572-02:00Nos últimos dias<b>Filmes</b><br />
<br />
Antes do fim<br />
Pantera Negra<br />
O insulto<br />
Lady Bird<br />
Visages, Vilages<br />
<br />
<br />
<b>Livro</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2CpXABT">Brazuca negão e sebento</a><br />
<br />
<br />
<b>HQ</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2EKIAnB">Pantera Negra - Uma nação sob nossos pés</a><br />
<br />
<br />
<b>Exposição</b><br />
<br />
Basquiat no CCBBUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-31444512283092818512018-01-27T22:45:00.001-02:002018-01-27T22:45:25.463-02:00Nos últimos dias<b>Filmes</b><br />
<br />
Me chame pelo seu nome<br />
Ex Libris - New York Public Library, de Frederick Wiseman<br />
The Post<br />
O artista do desastre<br />
<br />
<b>Livros</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2EepoM2">Winter</a>, de Karl Ove Knausgaard<br />
Poesia de Anna AkhmátovaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-34469143984620172572018-01-27T22:33:00.000-02:002018-01-27T22:33:07.020-02:00Barroco<div style="text-align: right;">
<i>(Ouro Preto, 15 de novembro de 2016)</i></div>
<br />
Vim a Minas ver o barroco. Ao menos, uma parte dele. O barroco é imenso.<br />
<br />
Tenho visto o barroco no Brasil todo.<br />
<br />
Ontem, o guia que me levou a Congonhas perguntou o que eu gostaria de ouvir no carro. Eu não sou muito de música. Tanto faz. Mas gosto de ouvir o que as pessoas escutam.<br />
<br />
- Pode ser hip hop?<br />
<br />
- Pode. Eu não falei que vim aqui pra ver barroco? Vamos ouvir!<br />
<br />
Ele estranhou. Expliquei que barroco, como hip hop, é feito por gente periférica, gente preta e mestiça, gente que sofre pra viver e que sofre preconceito.<br />
<br />
Na véspera, tinha visto quatro leões de essa na Igreja de São Francisco - São Francisco, imagino eu, gostaria do barroco e de hip hop. Os guias dizem que os leões têm cara de gorila, tecem desculpas de que não parecem leões dizendo que Aleijadinho nunca viu um leão na vida. Os leões são claramente quatro homens negros furiosos, ensandecidos, e com pau duro. Os guias nunca mencionam o pau duro. Nem que são negros. Tancredo Neves foi velado em cima desses quatro leões de essa de pau duro, negros furiosos, ensandecidos.<br />
<br />
Por aqui, inventa-se muita coisa sobre Aleijadinho, de quem tão pouco se sabe. Se ainda desse tempo, iam dizer que Aleijadinho era branco, bonito e santo. Mas era mestiço, filho de escrava alforriado no batismo, doente, mulherengo, pelo pouco que se sabe.<br />
<br />
Toda a história do Brasil está no barroco.<br />
<br />
Eu só chamo esse barroco de barroco por hábito, porque é mais fácil. Mas isso que tem em Minas, em Pernambuco, no Rio, em boa parte do Brasil, isso é outra coisa. Isso é hip hop, é o funk, é o brega.<br />
Mestre Ataíde faz um teto de igreja em que todos os anjos e santos são negros, e isso tem mais a ver com Mano Brown que com Bernini.<br />
<div>
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-36729663235388816622018-01-26T19:19:00.002-02:002018-01-27T22:30:35.137-02:00Corujas<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: white; color: #111111;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“The owl is nothing other than this: a soundless and highly effective bird of prey. If the true task of poetry is revelation, this is what it should reveal, that reality is what it is. That the forest, with its dense spruces and its snow-covered floor, is real. That the falling dusk is real. That the owl taking off from the branch and flying across the field is real. That its soundless wingbeats are real, that the invisible and to us inaudible sound waves that reach its ears are real. That the abrupt change in its flight is real, that the swoop down towards the ground with its claws first is real, that the mouse that the claws dig into is real. That the red of the blood against the grey-white of the mouse’s pelt is real as the wings beat and the owl rises through the darkness and in between the tree trunks, which a moment later it vanishes among.”</span></span></blockquote>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Karl Ove Knausgaard, em <a href="http://amzn.to/2EepoM2">Winter</a>.</span></div>
<blockquote class="tr_bq">
</blockquote>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-66056976928589000412018-01-19T11:45:00.001-02:002018-01-19T11:45:57.186-02:00Verde e Amarelo<blockquote class="tr_bq">
<i>"Até mesmo a bandeira nacional, a despeito das interpretações surgidas a posteriori (que explicavam o verde como uma referência às matas do país, e o amarelo como uma alusão às riquezas minerais), seguia ostentando seus vínculos com a tradição imperial: o verde, cor heráldica da Casa Real Portuguesa de Bragança; o amarelo, cor da Casa Imperial Austríaca de Habsburgo. Além disso, o desenho republicano reaproveitou o losango da bandeira imperial, apenas retirando o brasão monárquico com as armas imperiais aplicadas e introduzindo o lema positivista de 'Ordem e Progresso'."</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: right;">
Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling em <a href="http://amzn.to/2BfNTW9">Brasil: uma biografia</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-91617165415397705312018-01-18T15:20:00.002-02:002018-01-18T15:20:48.787-02:00Lucrecia Martel<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px;">Vivemos na ditadura do entretenimento?, pergunta o El País.</span><br />
<div>
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px;"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px;">“Sim. E as séries de televisão aprofundaram nisso. Estou sempre falando das séries com espanto porque as pessoas não se dão conta de que são um retrocesso. A televisão melhorou, claro. Basta comparar </span><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px; font-stretch: inherit; font-style: italic; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Dallas</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px;"> com </span><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px; font-stretch: inherit; font-style: italic; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Breaking Bad</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "benton sans" , sans-serif; font-size: 17.007999420166016px;">. Mas em termos narrativos de imagem e som, o que se tinha conseguido já com documentários e certos filmes era mais rico do que o que estão fazendo nas séries, que são mais uma vez o argumento puro, uma estrutura mecânica e do século XIX, por mais que seja bem feita. As séries nos devolveram o romance do século XIX. É fruto do momento conservador que estamos vivendo. Se arrisca menos”, <a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/16/cultura/1516125674_495994.html?id_externo_rsoc=FB_CC">responde a diretora Lucrecia Martel</a>.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-53705372726726746672018-01-17T12:48:00.004-02:002018-01-17T13:34:47.669-02:00Philip Roth<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif;">"I am, as you indicate, no stranger as a novelist to the erotic furies. Men enveloped by sexual temptation is one of the aspects of men’s lives that I’ve written about in some of my books. Men responsive to the insistent call of sexual pleasure, beset by shameful desires and the undauntedness of obsessive lusts, beguiled even by the lure of the taboo — over the decades, I have imagined a small coterie of unsettled men possessed by just such inflammatory forces they must negotiate and contend with. I’ve tried to be uncompromising in depicting these men each as he is, each as he behaves, aroused, stimulated, hungry in the grip of carnal fervor and facing the array of psychological and ethical quandaries the exigencies of desire present. I haven’t shunned the hard facts in these fictions of why and how and when tumescent men do what they do, even when these have not been in harmony with the portrayal that a masculine public-relations campaign — if there were such a thing — might prefer. I’ve stepped not just inside the male head but into the reality of those urges whose obstinate pressure by its persistence can menace one’s rationality, urges sometimes so intense they may even be experienced as a form of lunacy. Consequently, none of the more extreme conduct I have been reading about in the newspapers lately has astonished me."</span></blockquote>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif;"><a href="https://www.nytimes.com/2018/01/16/books/review/philip-roth-interview.html?smid=tw-share&_r=1">Philip Roth, em entrevista ao New York Times.</a></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-72006137905452748732018-01-17T12:46:00.003-02:002018-01-17T12:47:30.380-02:00Últimos dias<b>Livros</b><br />
<br />
<a href="http://amzn.to/2DbT8YL">Brasil: uma biografia</a>, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling<br />
<a href="http://amzn.to/2DrfqJw">Poemas negros</a>, de Jorge de Lima<br />
<a href="http://amzn.to/2DoJwgE">Fábulas completas</a>, de Esopo<br />
<br />
<b>Filmes</b><br />
<b><br /></b>
120 batimentos por minuto, nos cinemas<br />
Aquele querido mês de agosto, no <a href="https://mubi.com/pt/t/web/twitter/vp6yyk5">Mubi</a><br />
Antipornô, no <a href="https://mubi.com/pt/t/web/twitter/vp6yyk5">Mubi</a><br />
<br />
<b>Exposições</b><br />
<br />
<a href="https://masp.org.br/exposicoes/tunga-o-corpo-em-obras">Tunga: o corpo em obras</a>, no Masp<br />
<a href="http://pinacoteca.org.br/programacao/david-claerbout-king-e-pure-necessity/">David Claerbout</a>, na Pinacoteca<br />
<a href="http://pinacoteca.org.br/programacao/rodrigo-andrade-pintura-e-materia-1983-2014-2/">Rodrigo Andrade</a> e <a href="http://pinacoteca.org.br/programacao/ensaio-de-tracao/">Ensaio de Tração</a>, Estação Pinacoteca<br />
<a href="http://www.segaleria.com.br/exposicao/quilometros/">Quilômetros</a>, de Gustavo Speridião, na SéUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-14204716650332846572018-01-16T16:48:00.000-02:002018-01-16T18:22:01.097-02:00RecomeçoQueria recomeçar do zero neste post. Dizer que tudo antes ficou pra trás. Pedir que esquecessem o que escrevi.<br />
<br />
Fiz uma faxina no blog, apaguei posts que não faziam mais sentido - porque a internet muda, porque eu mudei.<br />
<br />
Revi muita coisa nos últimos anos. Praticamente não leio mais quadrinhos, que era um tema recorrente nos posts anteriores.<br />
<br />
Este post seria um marco. Daqui pra trás, não me responsabilizo, eu diria. Não sou eu. Leiam e concordem por sua própria conta e risco.<br />
<br />
Mas: o post anterior é justamente <a href="http://eduardonasi.blogspot.com.br/2015/09/trecho.html">uma citação do LeClézio que diz tudo isso com muito mais potência</a>. Já tentei voltar a escrever aqui antes. Ficaram alguns registros. <i>Se eu prestar muita atenção, quem sabe consiga ouvir, trazidos pelo vento, a música, os risos, os gritos das crianças?</i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-17139528373647518902015-09-13T19:32:00.005-03:002018-01-16T16:48:53.229-02:00Trecho<i>"O novo século está começando, nada mais será como antes. O mundo não retornará à sua origem. A laguna já não é um refúgio para o nascimento da vida. Tornou-se um lago mortal, o lago pesado e árido do sangue derramado. Vou caminhando pela areia, no meio das ruínas das cabanas. Talvez eu já esteja parecido com o velho John Nattick de minha infância, que costumava se plantar diante da água cinzenta da laguna no meio das carcaças dos barcos inúteis que ele não via mais. Será que um dia ainda aparecerá um menino para ouvir o lamento das ossadas, dos galhos? Às vezes, navios passam ao largo. Vejo seus altos mastros e as chaminés cuspindo fumaça. Atravessam a baía, indo para o sul. Procuram outros segredos, outras presas. Depois o mar volta a ficar vazio. Nenhum sinal, nenhum sopro. Como podemos esquecer, para que o mundo recomece? Por toda parte encontrei o túmulo de Araceli. Por toda parte as mesmas pedras, a mesma terra revolta. Lá longe, do outro lado do cabo, há uma cidade nova. Se eu prestar muita atenção, quem sabe consiga ouvir, trazidos pelo vento, a música, os risos, os gritos das crianças?"</i><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<a href="http://amzn.to/2mCb9s1">Jean-Marie Gustave Le Clézio (tradução de Leonardo Fróes)</a></div>
<div style="text-align: right;">
<a href="http://amzn.to/2mCb9s1"><i>Pawana</i> (p. 48-49, Cosac Naify, 2009, edição com ilustrações de Guazzelli)</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-13038880742534009862015-02-18T13:17:00.001-02:002015-02-18T13:21:02.669-02:00No cinema (12)Na minha cabeça, esta série de posts chamados No cinema serve para dar uns pitacos e ajudar amigos que querem ir ao cinema. Tanto que falo do que mais gosto, do que acho interessante de alguma forma. São recomendações, e são bem pessoais, então o que não recomendo não entra. Birdman, por exemplo: não entra. Aliás, já que estamos na época, já aviso: muita coisa do Oscar não entra, mesmo que eu tenha visto todos os indicados a melhor filme.<br />
<br />
Vamos ao que entra:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-74X9jfTYCjQ/VOSs_9YQ2RI/AAAAAAAACSg/u3FRJpXN_r8/s1600/O-Jogo-da-Imitac%CC%A7a%CC%83o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-74X9jfTYCjQ/VOSs_9YQ2RI/AAAAAAAACSg/u3FRJpXN_r8/s1600/O-Jogo-da-Imitac%CC%A7a%CC%83o.jpg" height="200" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<b>* O jogo da imitação -</b> É um filme interessantíssimo. Não só pela história do matemático gay reprimido que inventou o computador e ajudou os Aliados a vencerem a II Guerra, mas também porque é um filme que consegue ser bom mesmo que com uma direção pífia. Todo o resto é tão bom que a gente mal percebe que o as engrenagens não estão bem calibradas.<br />
<br />
<b>* A teoria de tudo -</b> Não sei se é uma onda passageira, mas simpatizo com essas comédias românticas protagonizadas por grandes cientistas e com atuações monumentais. Aqui, no caso, com a direção de James Marsh, que é mais conhecido por documentários memoráveis como Man on wire e Project Nim.<br />
<br />
<b>* Timbuktu -</b> Tem duas categorias geralmente que valem a pena no Oscar: filme estrangeiro e documentário. Timbuktu concorre na primeira. É sobre a repressão islâmica nos subúrbios de Timbuktu. Forte, dolorido.<br />
<br />
<b>* Amor, plástico e barulho -</b> Quando digo que o cinema pernambucano é um dos melhores do mndo, é por causa de filmes como este, que acompanha os bastidores de uma banda de música brega meio fracassada. Aqui, como em Timbuktu, há um lado documental interessantíssimo, mesmo sendo ficção.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-fOD_NXmTLOA/VOSsuCH3oXI/AAAAAAAACSY/KOH2QK5DFxA/s1600/Belle-et-Sebastien.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-fOD_NXmTLOA/VOSsuCH3oXI/AAAAAAAACSY/KOH2QK5DFxA/s1600/Belle-et-Sebastien.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<b>* Belle et Sebastién -</b> Um filminho francês fofo de garoto e cachorro – baseado na série que deu origem ao nome da banda escocesa. Admito que é um golpe baixo unir crianças e cachorros, ainda mais nos Alpes e combatendo nazistas. Mas funciona bem.<br />
<br />
<b>* Selma -</b> As pessoas implicaram com os fatos históricos deturpados de Selma. Mas, como filme, é outra cinebiografia interessante. Não chega a ser um 12 anos de escravidão, mas mostra o racismo sem nenhuma dó.<br />
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Os demais filmes comentados do Oscar e todos os No Cinema anteriores estão <a href="http://eduardonasi.blogspot.com.br/search/label/nocinema">aqui</a>.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-25325685488472180832015-01-25T16:43:00.000-02:002015-01-25T16:43:06.762-02:00No cinema (11)Na minha cabeça, esta série de posts chamados No cinema serve para dar uns pitacos e ajudar amigos que querem ir ao cinema. Tanto que falo do que mais gosto, do que acho interessante de alguma forma. Faço de vez em quando, perco uns filmes pelo caminho. Inclusive perdi vários entre <a href="http://eduardonasi.blogspot.com.br/2014/11/no-cinema-10.html">o último post</a> e hoje. Alguns que não queria perder, como <i>As aventuras do avião vermelho</i>, feito por tantos queridos amigos, ou <i>O ciúme</i>, que considerei um acontecimento.<div>
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Ao mesmo tempo, foram dias mornos. Não tinha tanta coisa interessante acontecendo nas telas.<br /><div>
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Retomo hoje, com um cenário bem diferente. Há filmes bons aos montes. Ao mesmo tempo, a temporada de Oscar está começando, e os cinemas, por tabela, lotando. Imagino que isso leve mais amigos aos cinemas. Aliás, amigos: se forem, vão logo, se atentem pras pré-estreias, evitem deixar pra quando o boca-a-boca do Oscar lotar demais as sessões...</div>
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Se ajudar, aí vai:</div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-4L-rxWpCpJE/VMU4nEhtxPI/AAAAAAAACQ0/08n87H4Cyv4/s1600/bigeyes.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-4L-rxWpCpJE/VMU4nEhtxPI/AAAAAAAACQ0/08n87H4Cyv4/s1600/bigeyes.jpeg" height="360" width="640" /></a></div>
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<b>Grandes Olhos - </b>Tim Burton foi o diretor que me ensinou na prática que existem diretores. Vi Beetlejuice quando saiu, no extindo Baltimore, em Porto Alegre. Pirei. Eu mal sabia que existiam diretores, mas entendi que queria ver tudo que fosse como Beetlejuice. Dois anos depois, veio o Batman, outro Beetlejuice, e entendo que deveria ver todos os filmes desse cara, o que efetivamente fiz. Segui fazendo isso a vida toda, e passei a procurar Beetlejuices de outras pessoas. Até hoje, eu e Tim Burton nos damos muito bem, a despeito de ele nem saber que eu existo. Vejo todos os filmes como se fossem novos Beetlejuices, e eles são. Tim Burton faz filmes pra mim, e naturalmente este filme novo não poderia ser sobre outro tema senão artes visuais. Não que eu concorde com tudo, mas eu converso sobre tudo que está ali. Especialmente a cena do supermercado. Depois disso tudo, acho que ficou claro: eu vejo os filmes de Tim Burton de uma forma muito especial, e não acho que todo mundo vá ter uma reação tão empolgada como a minha. Mas espero que mais alguém tenha, e não poderia não recomendar. E insistir.</div>
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<b>Acima das Nuvens -</b> Assayas talvez seja meu Tim Burton mais recente. Comecei a vê-lo há três ou quatro anos, já busquei filmes do passado. É um grande diretor. Leio por aqui que consideram um filme menor dele. Não vejo como poderia ser maior algo dessa magnitude. Assayas, Kristen Stewart e Juliette Binoche puxam nosso tapete a toda hora.</div>
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<b>Até que a Sbórnia nos separe -</b> É um desenho animado que é uma confluência de gênios e heróis. Nico, Hique, Otto Guerra, Guazzelli, Maia... É incrível não só que este filme exista, que tenha surgido mesmo em condições tão adversas, sobre as quais nem preciso versar, mas que também seja tão maravilhoso. Já tinha visto numa sessão improvisada no IED, e agora o vi em condições adequadas. Que imensa obra-prima.</div>
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<b>O abutre - </b>A imprensa diz que é sobre a imprensa, o que deve ser apenas uma questão de narcismo. A imprensa é só o cenário. É um grande filme sobre a patologia das corporações.</div>
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<b>O crítico - </b>Filme argentino que está passando meio batido. Mas é uma comédia romântica interessantíssima sobre um crítico que não aceita ser ele mesmo um clichê.</div>
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-m74bTZQfATY/VMU5Eo3Y_8I/AAAAAAAACQ8/I7XnHRmzA1E/s1600/Depois-da-Chuva-foto-de-Agnes-Cajai%CC%81ba421.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-m74bTZQfATY/VMU5Eo3Y_8I/AAAAAAAACQ8/I7XnHRmzA1E/s1600/Depois-da-Chuva-foto-de-Agnes-Cajai%CC%81ba421.jpg" height="428" width="640" /></a></div>
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<b>Depois da chuva -</b> Vi na Mostra de 2013 e não achei que ainda ia estrear em circuito. É um filme ao mesmo tempo jovem e poderoso. É um filme que não foge do debate político, que fala de liberdade abertamente. Não acho que esteja atraindo muita gente, mas não sei de quem, tendo visto, não tenha gostado.</div>
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<b>Homens, mulheres e filhos -</b> Nas resenhas, atacam o diretor Jason Reitman. Acusam-no de luddista, dizem que não é mais hora de falar mal de internet. Esquecem que o filme abre com uma ode à tecnologia e aos grandes avanços da humanidade, com a Voyager. É um filme interessantíssimo sobre a forma como usamos a tecnologia. É sobre nós, os maluquinhos viciados em grupos de Whatsapp.</div>
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<b>Ida -</b> Pequena joia polonesa em P&B. Certamente o filme mais sutil e delicado em cartaz, e ainda assim cheio de escolhas corajosas.</div>
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<b>As férias do pequeno Nicolau -</b> Como seu antecessor, uma delícia de filme infantil. </div>
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<b>Leviatã - </b>O que é esse Leviatã? Que grandioso. Tão distante de nós, por ser a Rússia, mas tão próximo. Poderia ganhar uma versão brasileira. No litoral paranaense, quem sabe? Nossos problemas são da mesma estirpe.</div>
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<b>Livre -</b> Achei que seria um embuste. Adorei. Vibrei. Saí do cinema a fim de dar a volta na Islândia a pé. Fiquei pensando em Cheryl Strayed por dias e dias. De vez em quando ela me volta.</div>
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<b>O segredo das águas -</b> Um dos filmes mais soturnos da Mostra do ano passado. Bem bom, com momentos memoráveis.</div>
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<b>Whiplash -</b> Adorei ver o filme. Vibrei. Me diverti horrores. Mas depois o filme foi se revelando um Karatê Kid com jazz, um Rocky cool. Mesma estrutura. Difamei o filme por todo canto. E então me dei conta, numa discussão meio torta com a Graziela, de que eu estava errado. Esses filmes todos eram sobre uma pessoa que precisa de autoconfiança. Whiplash não tem nada a ver com autoconfiança. É sobre trabalho duro mesmo. E isso é inédito. Enfim, não amei. <i>It's not my tempo</i>, mas tem algo nesse filme.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-51245486487508046672015-01-15T22:17:00.001-02:002015-01-15T22:17:29.854-02:00Diálogos recorrentes sobre cinema argentino- Você viu Relatos Selvagens?<div>- Vi, gostei bastante.</div><div>- Você não amou?</div><div>- Não amei. <span style="font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;">Gostei, gostei bastante, mas acho que o filme tem uma certa preguiça em explorar esses impulsos selvagens. Ele só relata mesmo, mas fico com a sensação de que deveria expl...</span></div><div>- Mas então você não gostou?</div><div><br></div><div>*</div><div><br></div><div>- E o Darin! Você não ama o Darin?</div><div>- Amar, amar, não. É um otimo ator, mas...</div><div>- Por que você não gosta do Darin?</div><div><br></div><div>*</div><div><br></div><div>- O cinema argentino é o melhor do mundo, né?</div><div>- Eu não diria assim. Eu acho bom, mas...</div><div>- Mas quem faz cinema como eles? </div><div>- Sei lá, esses filmes argentinos que estouram seguem bem a cartilha americana. Não que não sejam bons, são, mas...</div><div>- Imagina! Os americanos só fazem filme de ação! O Brasil tinha que parar de fazer porcaria e olhar pro cinema argentino. Quem é que faz cinema como eles, hein? Tu não me respondeu... Diz um lugar que faça cinema melhor que a Argentina! Só um. </div><div>- Pernambuco. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3379321473464160555.post-46710501475185212902014-12-07T13:04:00.001-02:002014-12-07T13:04:02.431-02:00Não é a primeira coisa a fazerNão é a primeira coisa a fazer a diferença de idade de trabalhar em um ano de prisão contra ele no Brasil é um grande número dos outros é o melhor de tudo o mais rápido do mundo e a sua família que a empresa não tem como não é a primeira coisa a fazer a diferença de idade de trabalhar em um ano de prisão e o seu amor e a sua família que a empresa não tem como não é o melhor de tudo o mais rápido do mundo e a gente não pode se transformar num país que mais me incomoda muito bem o dia inteiro na rua com o tempo de serviço e o mais rápido possível e o mais rápido que os dois lados do conflito no Brasil é um grande número dos outros é o melhor do mundo de hoje é o melhor do mundo de hoje é o melhor de todos nós sabemos o quanto antes da chegada de uma pessoa e o mais rápido possível e a gente não pode se transformar num país que mais me incomoda muito bem o dia inteiro na rua com a sua vida é um grande número de mortos em que a gente não tem nada pra comer um bolo e a sua vida é um grande número de mortos em que a empresa de consultoria e serviços produzidos no país que tem que ter uma vida inteira e a gente se vê é a melhor forma possível. Unknownnoreply@blogger.com0