sábado, 30 de junho de 2007
Todo mundo em Springfield!
Às vésperas da estréia do filme, os Simpsons estão até na capa da Superinteressante. Eles invadiram tudo. E eu vou invadir o filme!
Ok, não é verdade! Mas você pode fazer uma versão de si mesmo na seção Crie o Seu Avatar do site do filme.
Ok, não é verdade! Mas você pode fazer uma versão de si mesmo na seção Crie o Seu Avatar do site do filme.
Violent Cases no Brasil
A editora HQ Maniacs vai trazer para o Brasil Violent Cases, graphic novel de 1987, estréia de Neil Gaiman e Dave McKean no gênero. O anúncio foi feito hoje à tarde, em palestra durante a Festcomix.
O curioso é que, antes da palestra da editora, falou-se no saguão que Violent Cases, junto com Signal to Noise e Mr. Punch, estranhamente não tinham saído no Brasil. São obras de grandessíssimo apelo, porque juntam Gaiman com o espetáculo visual de McKean, capista de Sandman e colaborador de Gaiman em algumas histórias e livros infantis. Nesses álbuns, a dupla constrói histórias independentes, adultas e excelentes. Mas, até agora, não havia nem sinal de versão brasileira.
Outro trabalho de Gaiman inédito no Brasil chegou a ser citado pelo Marcelo Naranjo durante a palestra da Pixel Media: Children's Crusade, um crossover de títulos da Vertigo que teve duas edições escritas por Gaiman. É mais complicado de trazer, porque envolve alinhar títulos como Orquídea Negra, Monstro do Pântano, Livros da Magia e outros. É um rolo e tanto, mas, com esforço, dá pra fazer. A Pixel ficou de ver os detalhes e ver se rola trazer para cá.
-- Gaiman é Gaiman, e vice-versa -- disse Odair Braz Júnior, editor da Pixel.
A Pixel também adiantou durante sua palestra que DMZ, título Vertigo bem festejado, deve ter seu primeiro arco publicado no mix da Pixel Magazine logo em seguida.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Cinco resenhas no Universo HQ
Resenhas que saíram hoje no Universo HQ:
* Bem-vindo a Astro City - edição bacana da Pixel para atrair leitores para Astro City, um título interessante de super-heróis.
* DC Especial 14 - Mais um arco da boa série Gotham Central.
* Rising Stars 2.4 - Fim da segunda série da HQ mais superestimada dos últimos tempos.
* Universo DC 1 - Nova revista DC da Panini. O curioso é que ela é justamente o que o Universo DC não é.
* WildC.A.T.S. - De Volta pra Casa - Alan Moore escreve WildC.A.T.S. Não é o melhor do Moore. Mas é o melhor do grupo do Jim Lee. Esse dá pra comprar aqui.
* Bem-vindo a Astro City - edição bacana da Pixel para atrair leitores para Astro City, um título interessante de super-heróis.
* DC Especial 14 - Mais um arco da boa série Gotham Central.
* Rising Stars 2.4 - Fim da segunda série da HQ mais superestimada dos últimos tempos.
* Universo DC 1 - Nova revista DC da Panini. O curioso é que ela é justamente o que o Universo DC não é.
* WildC.A.T.S. - De Volta pra Casa - Alan Moore escreve WildC.A.T.S. Não é o melhor do Moore. Mas é o melhor do grupo do Jim Lee. Esse dá pra comprar aqui.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Larry Rohter, sentiremos saudades
Larry Rohter ficou conhecido por ser vítima de perseguição pelo governo Lula. Disse, vocês se lembram, que o Lula é chegado numa birita, algo que todo mundo comenta. Mas ele disse no New York Times, porque, como correspondente, devia apresentar aos seus leitores o Brasil como ele é. Dizer que o presidente gosta de pinga não deveria ser sequer demérito, mas Lula achou, depois que alguém traduziu a matéria para ele. Chegaram a caçar o visto do Rohter.
Com um barulho desses, o correspondente do New York Times para o Brasil e repúblicas próximas ficou marcado por uma única matéria, o que é uma injustiça do cão.
Rohter é um dos melhores jornalistas a retratar o Brasil nos últimos anos. Sem páginas e páginas de bobagem para preencher, fazia matérias sintéticas e objetivas. Uma das minhas favoritas é bem recente, em que ele analisou o Rio às vésperas do Pan.
Mas agora ele vai embora. Trocaram-no por outro cara.
Em Brasília, devem ter brindado o anúncio da partida.
Com um barulho desses, o correspondente do New York Times para o Brasil e repúblicas próximas ficou marcado por uma única matéria, o que é uma injustiça do cão.
Rohter é um dos melhores jornalistas a retratar o Brasil nos últimos anos. Sem páginas e páginas de bobagem para preencher, fazia matérias sintéticas e objetivas. Uma das minhas favoritas é bem recente, em que ele analisou o Rio às vésperas do Pan.
Mas agora ele vai embora. Trocaram-no por outro cara.
Em Brasília, devem ter brindado o anúncio da partida.
Bruno Tolentino
E morreu o Bruno Tolentino, figura que conheci numa Feira do Livro ainda nos anos 90, quando eu era editor da Aplauso e ele, da Bravo! e, principalmente, da República -- em sua fase mais bonita, grandona, com fotos arrasadoras em P&B e textos realmente bacanas.
Foi um dia, digamos, peculiar, que começou pra valer quando conheci o Tolentino nos estúdios da FM Cultura, em Porto Alegre, em um programa que, salvo engano, na época era apresentado pela Mary Mezzari ao meio-dia. Era época de Feira do Livro de Porto Alegre. Ao final da tarde, iríamos participar daquelas palestras no Clube do Comércio, sobre revistas de cultura. Era eu, o Tolentino, um cara da tradicional Revista de Cultura Vozes de quem não lembro o nome e talvez mais alguém da Palavra, que ainda existia. A Cult já era editada, mas não tinha representantes, pra alegria do Tolentino. Ele odiava a Cult daqueles dias, achava desprezível, comandada por uma panelinha uspiana sórdida e puxa-saco de seus algozes declarados, os Irmãos Campos. Lembro que ele comemorou a ausência da Cult várias vezes, já a partir daquela manhã. E se declarou muito interessado por várias figuras de Porto Alegre.
Eu, claro, era moleque, achava aquilo tudo muito fascinante. Não conseguia concordar nem discordar com muito entusiasmo, o que poderia soar covarde da minha parte, mas não era o caso, definitivamente, porque o Tolentino simplesmente não dava tempo de ninguém mais falar. Ele tinha voltado ao Brasil fazia pouco, tinha dado uma entrevista desancando Caetano e os construtivistas nas páginas amarelas da Veja, um troço violento, provocador, fascinante, porque naquela época não era lá tão comum aquela turma ter uma contestação tão grandiosa e com tanta repercussão.
Voltando da rádio, o Tolentino falou que queria muito conhecer uma poeta de quem havia lido uns livros anos atrás e achava excelente, que era a Martha Medeiros. Naqueles dias, a Martha já tinha trocado a sua poesia gostosa por crônicas de muito sucesso na Zero Hora. E eu tinha recém entrevistado-a pra Aplauso, o que fez com que eu tivesse o número do telefone dela no meu celular. Liguei pra Martha que, naturalmente, demonstrou uma curiosidade em conhecê-lo. O encontro ficou marcado para o Sarau Elétrico, naquela noite, onde ela faria uma leitura como convidada, se bem me lembro.
Rolou a palestra, que seguiu no mesmo clima do programa de rádio, mas nem chegou a ter o mesmo brilho do resto do dia. Pra falar a verdade, nem lembro muito do que foi dito. Só sei que minha memória registrou como a parte mais tediosa do dia.
Saindo da Feira, fomos para um restaurante fuleiro no Bonfim e comemos algum lixo qualquer. E eis que chegamos no Ocidente, que estava lotado -- eu disse, a Martha já era muito popular, arrastava multidões e tal.
Só que o Tolentino não conhecia as idiossincrasias do Sarau Elétrico, que é cheio de normas. Na real, não há muito espaço para participações de não-convidados -- não é regra declarada, mas é tácita entre os freqüentadores mais assíduos, cabendo aos demais seguirem os ritos dos demais.
E o Tolentino pegou o microfone, sem se apresentar, e começou a ler. A ler sem parar. Foi apoteótico. Foi como ele me pareceu naquela noite. Foi como o Tolentino ficou na minha cabeça: gentil, amável, apoteótico.
E, como toda apoteose, sumiu de repente. A última de nós a vê-lo foi a Cintia Moscovich, que trocou meia dúzia de palavras com ele no dia seguinte. O poeta dizia estar duplamente doente. Tomou umas pílulas e foi embora. Em seguida, saiu da Bravo. A República acabou.
Ouvimos falar dele mais algumas vezes: um livro aqui ou acolá. E só isso.
Até hoje, quando li que ele morreu e vi fotos dele ainda mais magro, agora sem barba. Li, mas não só no jornal, de manhã. Li também no jornal de um sujeito que sentou a duas mesas da minha no Café Suplicy, que sacudia a contracapa da Ilustrada como se fosse uma bandeira.
Devia ser um poeta concreto, coitado.
Foi um dia, digamos, peculiar, que começou pra valer quando conheci o Tolentino nos estúdios da FM Cultura, em Porto Alegre, em um programa que, salvo engano, na época era apresentado pela Mary Mezzari ao meio-dia. Era época de Feira do Livro de Porto Alegre. Ao final da tarde, iríamos participar daquelas palestras no Clube do Comércio, sobre revistas de cultura. Era eu, o Tolentino, um cara da tradicional Revista de Cultura Vozes de quem não lembro o nome e talvez mais alguém da Palavra, que ainda existia. A Cult já era editada, mas não tinha representantes, pra alegria do Tolentino. Ele odiava a Cult daqueles dias, achava desprezível, comandada por uma panelinha uspiana sórdida e puxa-saco de seus algozes declarados, os Irmãos Campos. Lembro que ele comemorou a ausência da Cult várias vezes, já a partir daquela manhã. E se declarou muito interessado por várias figuras de Porto Alegre.
Eu, claro, era moleque, achava aquilo tudo muito fascinante. Não conseguia concordar nem discordar com muito entusiasmo, o que poderia soar covarde da minha parte, mas não era o caso, definitivamente, porque o Tolentino simplesmente não dava tempo de ninguém mais falar. Ele tinha voltado ao Brasil fazia pouco, tinha dado uma entrevista desancando Caetano e os construtivistas nas páginas amarelas da Veja, um troço violento, provocador, fascinante, porque naquela época não era lá tão comum aquela turma ter uma contestação tão grandiosa e com tanta repercussão.
Voltando da rádio, o Tolentino falou que queria muito conhecer uma poeta de quem havia lido uns livros anos atrás e achava excelente, que era a Martha Medeiros. Naqueles dias, a Martha já tinha trocado a sua poesia gostosa por crônicas de muito sucesso na Zero Hora. E eu tinha recém entrevistado-a pra Aplauso, o que fez com que eu tivesse o número do telefone dela no meu celular. Liguei pra Martha que, naturalmente, demonstrou uma curiosidade em conhecê-lo. O encontro ficou marcado para o Sarau Elétrico, naquela noite, onde ela faria uma leitura como convidada, se bem me lembro.
Rolou a palestra, que seguiu no mesmo clima do programa de rádio, mas nem chegou a ter o mesmo brilho do resto do dia. Pra falar a verdade, nem lembro muito do que foi dito. Só sei que minha memória registrou como a parte mais tediosa do dia.
Saindo da Feira, fomos para um restaurante fuleiro no Bonfim e comemos algum lixo qualquer. E eis que chegamos no Ocidente, que estava lotado -- eu disse, a Martha já era muito popular, arrastava multidões e tal.
Só que o Tolentino não conhecia as idiossincrasias do Sarau Elétrico, que é cheio de normas. Na real, não há muito espaço para participações de não-convidados -- não é regra declarada, mas é tácita entre os freqüentadores mais assíduos, cabendo aos demais seguirem os ritos dos demais.
E o Tolentino pegou o microfone, sem se apresentar, e começou a ler. A ler sem parar. Foi apoteótico. Foi como ele me pareceu naquela noite. Foi como o Tolentino ficou na minha cabeça: gentil, amável, apoteótico.
E, como toda apoteose, sumiu de repente. A última de nós a vê-lo foi a Cintia Moscovich, que trocou meia dúzia de palavras com ele no dia seguinte. O poeta dizia estar duplamente doente. Tomou umas pílulas e foi embora. Em seguida, saiu da Bravo. A República acabou.
Ouvimos falar dele mais algumas vezes: um livro aqui ou acolá. E só isso.
Até hoje, quando li que ele morreu e vi fotos dele ainda mais magro, agora sem barba. Li, mas não só no jornal, de manhã. Li também no jornal de um sujeito que sentou a duas mesas da minha no Café Suplicy, que sacudia a contracapa da Ilustrada como se fosse uma bandeira.
Devia ser um poeta concreto, coitado.
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Caixões, Caveiras e Tal
A Jeanne dirigiu um clipe uns anos atrás com a Bia e a Louise. Ela pede que eu diga que trata-se de um trabalho de faculdade. Mas pra mim lembra os primeiros clipes dos Beatles, ainda que passados trinta anos.
"Sabia que a gente não sabia do que se tratava a letra quando fez o clipe", me diz ela, em depoimento exclusivo ao pé de ouvido. "Não dava pra entender nada na demo. Aí ele [o cantor e protagonista de clipes Calvin] fez uma gravação no estúdio do Clive. E sabe quem é o Clive? Lembra de uma vez que a gente foi na Fun House? Ah, não era você que estava comigo."
Evidentemente, o clipe é muito, mas muito melhor do que a música da banda Os Cafonas -- que tem um nome bastante apropriado.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Ganhe dinheiro com seu blog
Um dos dilemas a respeito da pirataria de livros na vindoura (e bem-vinda) era do texto digital é a remuneração dos autores. Eles não são como os músicos, dizem por aí, eles não podem fazer shows. É um fato. Mas podem fazer blogs, certo? Ainda mais se forem bons autores e conseguirem algum reconhecimento.
Outro dia, falei de formas de remuneração para auto-publicação a partir do que o Warren Ellis diz que já rola nos Estados Unidos e na Inglaterra. Hoje, fiquei sabendo de outro modelo.
Deu no Springwise (aqui): a versão sueca do Metro (esse mesmo jornal gratuito que circula em São Paulo) lançou um sistema de blogs em que qualquer um pode se cadastrar e fazer seu blog. Quem fizer mais de 5 mil pageviews por mês ganha 16 euros.
A migração para o blog do Metro é veloz e eficiente. Não duvido que seja um piloto para ser transplantado para outros países -- Brasil inclusive. Com o hype, provavelmente a audiência aumenta. Idem para os lucros. A reação dos demais serviços de blog, e do Blogger do Google inclusive, não deve demorar.
Outro dia, falei de formas de remuneração para auto-publicação a partir do que o Warren Ellis diz que já rola nos Estados Unidos e na Inglaterra. Hoje, fiquei sabendo de outro modelo.
Deu no Springwise (aqui): a versão sueca do Metro (esse mesmo jornal gratuito que circula em São Paulo) lançou um sistema de blogs em que qualquer um pode se cadastrar e fazer seu blog. Quem fizer mais de 5 mil pageviews por mês ganha 16 euros.
A migração para o blog do Metro é veloz e eficiente. Não duvido que seja um piloto para ser transplantado para outros países -- Brasil inclusive. Com o hype, provavelmente a audiência aumenta. Idem para os lucros. A reação dos demais serviços de blog, e do Blogger do Google inclusive, não deve demorar.
The Splasher e Porto Alegre
Ok, o Splasher está em Nova York. Ele é um cara ou um grupo que está a fim de detonar a arte para criticar o mercantilismo. Nos seus ataques, critica inclusive a arte de rua, que até hoje (mas pelo menos desde Basquiat) é considerada libertária e democrática. O Splasher joga tinta por cima dos trabalhos.
A frase é atribuída ao Splasher. Saiu no Gothamist, de um manifesto supostamente escrito por ele. O site aponta suspeitos. Cada um tem o seu. O New York Times de hoje joga fichas em um grupo. Mas a identidade do Splasher ainda é controversa.
É natural: demorou para que o status adquirido pela street art nos últimos anos fosse contestado.
Curiosamente, a chamada do New York Times é igualzinha à da Zero Hora no caso da faixa de segurança, obra da qual este blog tratou semanas atrás. Os dois jornais questionam se é arte ou vandalismo.
Reparar na diferença entre os casos é uma aula sobre Porto Alegre.
Na capital do Rio Grande do Sul, um grupo de jovens fez uma coisa que é inquestionavelmente arte. Pode ser boa arte ou má arte, pode ser interessante ou picareta, pode remeter a uma imagem desgastada pelo design. Mas aquilo é definitivamente arte há muitos anos.
Em Nova York, trata-se de destruição de obras de arte. Nada de ready made nem nada do gênero. Guardadas as proporções bélicas e religiosas, é como o Taleban destruir estátuas milenares de Buda no Afeganistão. E daí se questiona se o que resta para a arte é a destruição, algo mais próximo de Shiva que de Apolo.
O que faz a diferença é o fermento das duas cidades. O habitat dos artista interfere na obra. O Splasher em Porto Alegre não seria polêmico, e sim um vândalo. E a faixa de segurança em Nova York provavelmente seria bacana, mas estaria longe de conseguir o espaço e a importância adquirida pelo Splasher nos últimos tempos.
"By challenging what the experts term 'street art', our actions have, in turn, uncovered an alliance between the coercive force of the state and the 'creative class' of the artist. We began these series of actions as a critique of rationality."
A frase é atribuída ao Splasher. Saiu no Gothamist, de um manifesto supostamente escrito por ele. O site aponta suspeitos. Cada um tem o seu. O New York Times de hoje joga fichas em um grupo. Mas a identidade do Splasher ainda é controversa.
É natural: demorou para que o status adquirido pela street art nos últimos anos fosse contestado.
Curiosamente, a chamada do New York Times é igualzinha à da Zero Hora no caso da faixa de segurança, obra da qual este blog tratou semanas atrás. Os dois jornais questionam se é arte ou vandalismo.
Reparar na diferença entre os casos é uma aula sobre Porto Alegre.
Na capital do Rio Grande do Sul, um grupo de jovens fez uma coisa que é inquestionavelmente arte. Pode ser boa arte ou má arte, pode ser interessante ou picareta, pode remeter a uma imagem desgastada pelo design. Mas aquilo é definitivamente arte há muitos anos.
Em Nova York, trata-se de destruição de obras de arte. Nada de ready made nem nada do gênero. Guardadas as proporções bélicas e religiosas, é como o Taleban destruir estátuas milenares de Buda no Afeganistão. E daí se questiona se o que resta para a arte é a destruição, algo mais próximo de Shiva que de Apolo.
O que faz a diferença é o fermento das duas cidades. O habitat dos artista interfere na obra. O Splasher em Porto Alegre não seria polêmico, e sim um vândalo. E a faixa de segurança em Nova York provavelmente seria bacana, mas estaria longe de conseguir o espaço e a importância adquirida pelo Splasher nos últimos tempos.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Biografia de Charles Schulz sai em outubro
Vai sair uma biografia sobre Charles Schulz, criador da tirinha Peanuts(que, popularmente, ficou conhecida no Brasil pelo nome do cãozinho Snoopy).
Comecei a escrever como se fosse um post pra cá. Mas, no meio do caminho, transformei em uma matéria pro Universo HQ, que foi publicada hoje.
O livro já está em pré-venda na Amazon.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Cinco resenhas no Universo HQ
Mais cinco resenhas hoje no Universo HQ:
As Melhores do Analista de Bagé - O Edgar Vasques desenha muito (compre aqui)
Crise Infinita 07 - Acabou. Mas não antes de fazer uma bagunça dos diabos.
Liga da Justiça 55 - Bem mais ou menos. Mas tem essa história do Chaykin em que os super-heróis se unem aos Estados Unidos para, a despeito da decisão da ONU, invadir duas republiquetas norte-americanas. Tinhosa, a história.
Tartarugas Ninja - Volume 1 - Passou a onda, mas é legal, vai. (compre aqui)
Um Contrato Com Deus & Outras Histórias de Cortiço - Will Eisner muito em forma, compre aqui agora mesmo.
As Melhores do Analista de Bagé - O Edgar Vasques desenha muito (compre aqui)
Crise Infinita 07 - Acabou. Mas não antes de fazer uma bagunça dos diabos.
Liga da Justiça 55 - Bem mais ou menos. Mas tem essa história do Chaykin em que os super-heróis se unem aos Estados Unidos para, a despeito da decisão da ONU, invadir duas republiquetas norte-americanas. Tinhosa, a história.
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Um Contrato Com Deus & Outras Histórias de Cortiço - Will Eisner muito em forma, compre aqui agora mesmo.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Fala que eu te escuto
Tem um Beatle que quer falar com você.
E o site veio do repertório imenso de sites fantásticos da Gabi Y.
E o site veio do repertório imenso de sites fantásticos da Gabi Y.
terça-feira, 19 de junho de 2007
Promethea no Brasil
E, por falar em Alan Moore, o Universo HQ divulga hoje o que boatos espalhados pela internet já indicavam: Promethea será publicada no Brasil a partir do mês que vem, dentro da Pixel Magazine.
De "nova", como diz na capa, Promethea não tem nada. A série é de 1999. Seus 32 números já saíram lá fora.
Mas é uma grande série. Moore escreve brilhantemente, inspirando um artista que, ao seu lado, fez o melhor trabalho de sua vida: JH Williams III.
De "nova", como diz na capa, Promethea não tem nada. A série é de 1999. Seus 32 números já saíram lá fora.
Mas é uma grande série. Moore escreve brilhantemente, inspirando um artista que, ao seu lado, fez o melhor trabalho de sua vida: JH Williams III.
Alan Moore no Omelete
Em geral, a recepção de Lost Girls tem sido incrivelmente surpreendente e um pouco inspiradora. Nós não sabíamos se seríamos expulsos da cidade, sabe? (Risos). Particularmente devido ao atual clima religioso nos EUA. Mas nós não tivemos problema algum. Na verdade, tivemos o completo oposto. O governo canadense, inicialmente tendo apreendido Lost Girls na fronteira, recebeu um dossiê que o Chris Staros tinha montado, que incluía resenhas de prestigiosos jornais norte-americanos, e uma declaração de intenções, escrita por mim e Melinda. O resultado é que nós recebemos uma brilhante carta do governo canadense, dizendo que, sim, o livro incluía cenas de sexo infantil e bestialismo, mas de maneira alguma poderia ser considerado pornografia infantil - e também não poderia ser considerado obsceno, já que era um trabalho de tremendo benefício artístico e social. Era perfeito, quase uma resenha do governo!
Alan Moore fala de Lost Girls, em uma belíssima entrevista publicada que começou a ser publicada hoje no Omelete.
O álbum é sensacional mesmo, uma obra-prima. Eu li a versão importada (tem na Cultura e na Amazon), com caixa dura e tudo o mais, mas o pessoal tem derramado elogios pra edição nacional, da Devir.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Ah, nem vem
Dadas as recentes notícias, os cientistas têm um motivo a mais para questionar a Lei da Gravidade.
Blockbuster expande Blu-ray, mas não HD DVD
A Blockbuster anunciou hoje que vai expandir o formato Blu-ray pra 1700 lojas. O HD DVD vai ficar, por enquanto, nas 250 lojas-teste.
A rede nega que seja um indicativo de vitória do Blu-ray, na acirrada disputa do formato que irá substituir o DVD nos próximos anos. O release atribui a opção aos consumidores. E disse que as duas tecnologias podem crescer.
A desculpa soa, claro, como balela para não se queimar com ninguém. Mas pode não ser isso. Afinal, locação de filmes por download tem surgido como uma opção bem bacana pros norte-americanos. A exibição de filmes on demand na TV também é uma possibilidade - que é, por sinal, digitalizável com um TiVO. E o formato físico de disco pode, de repente, desaparecer por completo. Seja ele qual for.
A rede nega que seja um indicativo de vitória do Blu-ray, na acirrada disputa do formato que irá substituir o DVD nos próximos anos. O release atribui a opção aos consumidores. E disse que as duas tecnologias podem crescer.
A desculpa soa, claro, como balela para não se queimar com ninguém. Mas pode não ser isso. Afinal, locação de filmes por download tem surgido como uma opção bem bacana pros norte-americanos. A exibição de filmes on demand na TV também é uma possibilidade - que é, por sinal, digitalizável com um TiVO. E o formato físico de disco pode, de repente, desaparecer por completo. Seja ele qual for.
domingo, 17 de junho de 2007
Um Contrato com Deus & Outras Histórias de Cortiço
A Devir lançou uma belíssima edição de Um Contrato com Deus, do Will Eisner.
Por causa dela, Eisner criou o rótulo "graphic novel". Queria diferenciá-la dos comics, aqueles quadrinhos infanto-juvenis que, em grande parte, tinham pouco valor literário.
Já esperneei por aqui, me lembra a Jeanne, a respeito disso: quando trouxeram as "graphic novels" pro Brasil, não traduziram o nome. Em vez de "romance gráfico", o nome virou rótulo de "quadrinhos de luxo". São duas coisas bem diferentes.
Mas não foi só por aqui. Nos Estados Unidos, a coisa também degringolou feio. De repente, qualquer história em formato maior, com mais páginas ou com arte pintada virava graphic novel.
O rótulo se desgastou. Eisner, não. Ler Um Contrato com Deus & Outras Histórias de Cortiço é uma aula do que é uma graphic novel. O álbum não tem arte pintada. É em tons de sépia, por sinal. E é espetacular.
A edição da Devir está sensacional. Supera com vantagens a da Brasiliense, que saiu em 1988. É maior, tem capa dura, é caprichadíssima.
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Jon is Tio
Um dia, a Mariane mandou um e-mail para o planejamento lá da agência pedindo idéias pra uma camiseta para o Grupo de Planejamento, no qual ela milita furiosamente. A idéia era algo que fosse representativo do cotidiano desse povo que se alimenta de coxinha, vive atrás de um espelho sem se chamar Alice e, apesar do que todo mundo pensa, luta por powerpoints mais limpos e objetivos.
Aí eu mandei uma bobagem: peguei uma foto do Jon Steel. O Steel é autor de um livro já clássico nos dias de hoje: A Arte do Planejamento. E olha que não é algo tão em vão, não. Além disso, acaba de lançar outro, igualmente bacana: Perfect Pitch. Mas, mais importante que isso, ele tem mó cara de tiozinho.
Daí, JON IS TIO.
Era pra ser bobagem. Era pra ser só uma coisa infame pra deixar as quinze pessoas do departamento rirem um pouco da minha cara. Por um tempo, foi isso que aconteceu: a frase acompanhada da foto do Steel foi vista como uma idéia estúpida que deveria ser esquecida depois que todo mundo risse de mim.
Mas a Mari acabou levando a idéia pra mais gente rir de mim. E eis que:
Sim, a camiseta existe.
Foi lançada ontem (desculpaí, Mari, saí tarde demais, tinha que chegar cedo demais, não deu pra ir), junto com outras duas.
Dá pra pedir até terça, dia 19. Tem um prazo, sim, porque elas serão sob encomenda. A minha, soube hoje, vendeu bem. Pra pegar uma, é simples:
* São seis tamanhos: P, M, G, GG, Baby-Look M e Baby-Look G. E só sai em preto.
* Cada camiseta sai por R$49, fora o Sedex. Para SP Capital, o Sedex sai por R$10, comportando até 4 camisetas. Para outras localidades, consulte o site dos Correios.
* Para não pagar Sedex, você pode optar também por retirar nas seguintes agências paulistanas: na AlmapBBDO, com a Mariane Maciel, na JWT, com o João Gabriel, e na W/Brasil, com Newton Nagumo.
* O pedido deve ser feito por e-mail (gp@grupodeplanejamento.com.br), até terça, 19 de junho. Faça o seu pedido e o GP envia o procedimento para o pagamento da camiseta.
* A grana arrecadada ajuda o GP, que é sempre uma boa causa. É sério: com planejamento, o mundo terá propagandas mais bacanas e mais sinceras. Vai dizer que não é tudo que você sempre quis?
* Não adianta pedir pra mim, ok? Mandem pro GP.
Aí eu mandei uma bobagem: peguei uma foto do Jon Steel. O Steel é autor de um livro já clássico nos dias de hoje: A Arte do Planejamento. E olha que não é algo tão em vão, não. Além disso, acaba de lançar outro, igualmente bacana: Perfect Pitch. Mas, mais importante que isso, ele tem mó cara de tiozinho.
Daí, JON IS TIO.
Era pra ser bobagem. Era pra ser só uma coisa infame pra deixar as quinze pessoas do departamento rirem um pouco da minha cara. Por um tempo, foi isso que aconteceu: a frase acompanhada da foto do Steel foi vista como uma idéia estúpida que deveria ser esquecida depois que todo mundo risse de mim.
Mas a Mari acabou levando a idéia pra mais gente rir de mim. E eis que:
Sim, a camiseta existe.
Foi lançada ontem (desculpaí, Mari, saí tarde demais, tinha que chegar cedo demais, não deu pra ir), junto com outras duas.
Dá pra pedir até terça, dia 19. Tem um prazo, sim, porque elas serão sob encomenda. A minha, soube hoje, vendeu bem. Pra pegar uma, é simples:
* São seis tamanhos: P, M, G, GG, Baby-Look M e Baby-Look G. E só sai em preto.
* Cada camiseta sai por R$49, fora o Sedex. Para SP Capital, o Sedex sai por R$10, comportando até 4 camisetas. Para outras localidades, consulte o site dos Correios.
* Para não pagar Sedex, você pode optar também por retirar nas seguintes agências paulistanas: na AlmapBBDO, com a Mariane Maciel, na JWT, com o João Gabriel, e na W/Brasil, com Newton Nagumo.
* O pedido deve ser feito por e-mail (gp@grupodeplanejamento.com.br), até terça, 19 de junho. Faça o seu pedido e o GP envia o procedimento para o pagamento da camiseta.
* A grana arrecadada ajuda o GP, que é sempre uma boa causa. É sério: com planejamento, o mundo terá propagandas mais bacanas e mais sinceras. Vai dizer que não é tudo que você sempre quis?
* Não adianta pedir pra mim, ok? Mandem pro GP.
14 resenhas no Universo HQ
Nesta semana, saíram 14 resenhas que fiz no Universo HQ. Tem vários gêneros. Ou seja: pra todos os gostos.
American Born Chinese - HQ que é o máximo, ganhou prêmios aos montes lá fora e vai sair pela Companhia das Letras daqui a pouco. (Tem pra vender na Cultura.)
Authority - Terra Infernal - Primeiro arco da ótima Authority publicado pela Pixel Media.
Faça 5 Pedidos #2 - Segundo número da simpática HQ da Avril Lavigne.
Crying Freeman #7 e #8 - Outro mangá do Koike, mesmo autor do Lobo Solitário.
Dias da Meia-Noite - Neil Gaiman em capa dura, edição bonita pra caramba. (Na Cultura, tem aqui).
O Menino-Vampiro #1 - Bela HQ argentina, que chega aqui por tabela.
Put the Book Back on the Shelf - Antologia bacana de HQs indies inspiradas no Belle and Sebastian (pra comprar, Amazon ou Cultura).
Rising Stars - Volume 2 - 3 - Série superestimada pra caramba.
Sete Soldados da Vitória 02 - Grant Morrison faz seu Lost. Sensacional.
Superman 55 - Panini - Um Ano Depois, bom momento para novos leitores, ou quase isso.
Superman & Batman 23 - Um Ano Depois, bom momento para novos leitores, ou nada isso.
The Fountain - O filme do Darren Aronofsky. Com arte sensacional de Kent Williams. (Tem aqui)
Urubu - Henfil e futebol. Sensacional! (Tem aqui)
American Born Chinese - HQ que é o máximo, ganhou prêmios aos montes lá fora e vai sair pela Companhia das Letras daqui a pouco. (Tem pra vender na Cultura.)
Authority - Terra Infernal - Primeiro arco da ótima Authority publicado pela Pixel Media.
Faça 5 Pedidos #2 - Segundo número da simpática HQ da Avril Lavigne.
Crying Freeman #7 e #8 - Outro mangá do Koike, mesmo autor do Lobo Solitário.
Dias da Meia-Noite - Neil Gaiman em capa dura, edição bonita pra caramba. (Na Cultura, tem aqui).
O Menino-Vampiro #1 - Bela HQ argentina, que chega aqui por tabela.
Put the Book Back on the Shelf - Antologia bacana de HQs indies inspiradas no Belle and Sebastian (pra comprar, Amazon ou Cultura).
Rising Stars - Volume 2 - 3 - Série superestimada pra caramba.
Sete Soldados da Vitória 02 - Grant Morrison faz seu Lost. Sensacional.
Superman 55 - Panini - Um Ano Depois, bom momento para novos leitores, ou quase isso.
Superman & Batman 23 - Um Ano Depois, bom momento para novos leitores, ou nada isso.
The Fountain - O filme do Darren Aronofsky. Com arte sensacional de Kent Williams. (Tem aqui)
Urubu - Henfil e futebol. Sensacional! (Tem aqui)
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Fogo!
Seattle pode proibir os funcionários de prepararem pipoca de microondas nos prédios da prefeitura. É que a fumaça do produto tem disparado alarmes de incêndio. Só o Centro da Justiça, onde trabalham 400 pessoas, foi evacuado oito vezes nos últimos três anos.
Inbox
"Olá você foi um dos milhares de emails sortiados pelo gorverno do Rio, para escolher entre dois ingressos para os Jogos Pan-americanos Rio 2007."
GORVERNO.
GORVERNO.
Sem contar os erros menores.
Graças às altíssimas taxas de analfabetismo no país, o phishing é uma praga controlável.
O Culto do Amador
The Cult of the Amateur, dizem por aí, é o livro que veio detonar com a Cauda Longa. O meu ainda não chegou, mas tenho lido bastante o Andrew Keen por aí, principalmente no seu blog.
Sei lá quem está certo ou errado, mas Keen tem um ponto: a grosso e grosseiro modo, essa cambada de vagabundo que escreve em blogs e posta vídeos do YouTube está fodendo com a cultura.
Mais quando a Amazon entregar meu exemplar.
(Mas tem na Cultura também)
Sei lá quem está certo ou errado, mas Keen tem um ponto: a grosso e grosseiro modo, essa cambada de vagabundo que escreve em blogs e posta vídeos do YouTube está fodendo com a cultura.
Mais quando a Amazon entregar meu exemplar.
(Mas tem na Cultura também)
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Piratas no Caribe 3
Piratas no Caribe 3 tem menos Jack Sparrow ou é só impressão minha? Se é impressão, seria porque o filme tem meia hora a mais do que deveria?
É aquilo: gosto do tema, do primeiro filme, dos personagens, mas tem algo que não cola. E fico com a impressão de que é a overdose mística que foi crescendo e tomando conta da série. Acho que a dose de vodu suportada pela pirataria é bem menor do que deusas que criam tornados.
Mas foi como eu disse, anos atrás, quando saiu o primeiro Piratas no Caribe: podia ser só Jack Sparrow num fundo branco fazendo micagens. E já seria sensacional.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Adsense e os concorrentes - ops!
Outro dia, falei bobagem sobre o Adsense -- esse sistema de propaganda que tem aí ao lado e supostamente me renderia alguns trocados (mas ninguém nunca clica neles).
Foi quando achei o site da Panini num anúncio estampado no site de sua concorrente, a Pixel.
Hoje, fuçando no Adsense, descobri que tem um serviço que bloqueia os seus concorrentes de anunciarem em seu site. É uma tarefa hercúlea: por exemplo, tem que saber que www.assinepanini.com.br é um site da Panini. Mas enfim, faz parte. E vale se precaver.
Foi quando achei o site da Panini num anúncio estampado no site de sua concorrente, a Pixel.
Hoje, fuçando no Adsense, descobri que tem um serviço que bloqueia os seus concorrentes de anunciarem em seu site. É uma tarefa hercúlea: por exemplo, tem que saber que www.assinepanini.com.br é um site da Panini. Mas enfim, faz parte. E vale se precaver.
Ferran Adrià na Documenta
Chegou um release agora mesmo detalhando como o chef Ferran Adrià vai participar da Documenta de Kassel. Na real, os visitantes da mostra vão ser convidadas para um jantarzinho no elBulli de Cala Montjoi.
O troço é polêmico no mundo das artes, como contei aqui. Mas o release abre com uma explicação do curador Roger M. Buergel:
O troço é polêmico no mundo das artes, como contei aqui. Mas o release abre com uma explicação do curador Roger M. Buergel:
"I have invited Ferran Adrià because he has succeeded in generating his own aesthetic which has become something very influential within the international scene. This is what I am interested in and not whether people consider it to be art or not. It is important to say that artistic intelligence doesn't manifest itself in a particular medium, that art doesn't have to be identified simply with photography, sculpture and painting etc., or with cooking in general; however, under certain conditions, it can become art."
terça-feira, 12 de junho de 2007
Mais Mordidas Sonoras
Tirei parte do almoço pra adiantar a leitura do Mordidas Sonoras, do Alex Kapranos.
Falei sobre o livro ali embaixo: o vocalista do Franz Ferdinand escreveu uma coluna no Guardian pra falar sobre o lado gastronômico da tour com a banda. Algumas delas estão no site do jornal. Curry favour, por exemplo, que eu li agorinha, sobre o banquete indiano que Alex comeu em Londres ao voltar .
Pois não dá pra ler enquanto se come. Definitivamente não.
O livro todo tem esse tom de aventuras gastronômicas. Tira a graça de qualquer restaurante e de qualquer comida. Seja lá o que você tenha pela frente, o prato que Kapranos está comendo sempre parece mais interessante.
Falei sobre o livro ali embaixo: o vocalista do Franz Ferdinand escreveu uma coluna no Guardian pra falar sobre o lado gastronômico da tour com a banda. Algumas delas estão no site do jornal. Curry favour, por exemplo, que eu li agorinha, sobre o banquete indiano que Alex comeu em Londres ao voltar .
Pois não dá pra ler enquanto se come. Definitivamente não.
O livro todo tem esse tom de aventuras gastronômicas. Tira a graça de qualquer restaurante e de qualquer comida. Seja lá o que você tenha pela frente, o prato que Kapranos está comendo sempre parece mais interessante.
Dia de Sol
Hoje é daqueles dias em que você fica se perguntando por que diabos uma cidade fria e chuvosa como Londres pode ser cheia de praças e parques agradáveis e São Paulo, mais amena e ensolarada, mal tem calçadas.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Adsense e os concorrentes
Uma das possibilidades mais estranhas do Google AdSense, o sistema de publicidade que mantém o Google (tem aí na barra ao lado há anos, nunca me rendeu nada), é você anunciar justamente no site da concorrência.
É o que se vê na imagem acima.
Herói é um site da editora Futuro, que é sócio da Ediouro na Pixel Media.
O anúncio à direita é da Panini, empresa italiana que está nas bancas brasileiras com Marvel, DC, Turma da Mônica, mangás e outros. Uma concorre com a outra. Teve até um rolo no fim do ano passado, quando a DC quase passou os direitos de Superman & Cia para a Pixel.
Não é acaso. Os dois sites, pela lógica do Google, falam sobre o mesmo assunto. No caso, o site da Herói fala de super-heróis e está cadastrado no Adsense. A Panini vende super-heróis. O Google só une as pontas.
Simples assim.
Ou nem tanto: uma hora dessas, esse troço vai ser discutido. Anunciar no site da concorrência, por mais divertido e tentador que possa parecer a alguns no começo, não é lá tão legal assim. Principalmente quando nenhum dos lados tem culpa.
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Você é rico, meu amigo
Taí um site bacaninha: globalrichlist.com. Você calcula a sua renda anual (não esqueça 13º, 14º e afins, mesada, frilas, juros de investimentos e outras coisinhas), converte em dólar e clica.
Aí o site diz qual a sua posição na escala de riqueza global mundial.
Vale a pena fazer o teste. Provavelmente você vai se surpreender. E parar de reclamar um pouco da vida.
Não esqueça que, a não ser que você seja um estagiário, atrás de você, tem toda a África, toda a Índia, boa parte da China e todas as tiazinhas do café de todas as empresas do Brasil. Até porque a idéia é justamente lembrá-lo disso, meu amigo.
A criação é da Poke.
Aí o site diz qual a sua posição na escala de riqueza global mundial.
Vale a pena fazer o teste. Provavelmente você vai se surpreender. E parar de reclamar um pouco da vida.
Não esqueça que, a não ser que você seja um estagiário, atrás de você, tem toda a África, toda a Índia, boa parte da China e todas as tiazinhas do café de todas as empresas do Brasil. Até porque a idéia é justamente lembrá-lo disso, meu amigo.
A criação é da Poke.
Happy hour for jap kids
O vídeo acima é só pra pontuar que é sério quando eu digo que não dá pra levar tudo o que o Japão faz ao pé da letra.
domingo, 10 de junho de 2007
O livro (ainda) não acabou -- e o assunto também não
Passada uma semana da publicação, fiquei bem impressionado com o silêncio de Porto Alegre a respeito do artigo que escrevi e saiu semana passada no caderno Cultura, do jornal Zero Hora. Não que eu esperasse iniciar uma longa polêmica, mas não chegou nenhum e-mail dizendo "Li seu artigo, legal, quando que tu aparece por aqui?". Até porque, em tese, o texto dava uma desancada em quem acha que o suporte de papel será eterno e esse tinha sido o tema de capa da edição da semana anterior.
Enfim, é normal. Nessas horas, sempre lembro do Jerônimo Teixeira, hoje na Veja, mas no fim dos anos 90 era editor do caderno. Ele dizia que o leitor do Cultura não se manifesta. Esquisitíssimo, mas é um fato. E olha que o leitor da Zero Hora costuma ser mais participante que a média. Foi no Cultura que saíram alguns dos textos mais legais que fiz na Zero Hora. E foram os menos comentados, também. E lembro também da tal pilha de suplementos culturais que todo mundo guarda pra ler um dia, tema de sempre do Luis Fernando Verissimo.
Aí fui pro Google ver se aparecia algo. Tem: há uma citação, com reprodução do texto inteiro, no blog do sebo A Traça. Ao lado, dá pra ver uns comentários. Mas, pelo jeito, é só isso. E os comentários que chegaram pelo blog.
De qualquer forma, tou arquivando o texto aqui, porque uma hora dessas o clicRBS tira ele do ar.
Enfim, é normal. Nessas horas, sempre lembro do Jerônimo Teixeira, hoje na Veja, mas no fim dos anos 90 era editor do caderno. Ele dizia que o leitor do Cultura não se manifesta. Esquisitíssimo, mas é um fato. E olha que o leitor da Zero Hora costuma ser mais participante que a média. Foi no Cultura que saíram alguns dos textos mais legais que fiz na Zero Hora. E foram os menos comentados, também. E lembro também da tal pilha de suplementos culturais que todo mundo guarda pra ler um dia, tema de sempre do Luis Fernando Verissimo.
Aí fui pro Google ver se aparecia algo. Tem: há uma citação, com reprodução do texto inteiro, no blog do sebo A Traça. Ao lado, dá pra ver uns comentários. Mas, pelo jeito, é só isso. E os comentários que chegaram pelo blog.
De qualquer forma, tou arquivando o texto aqui, porque uma hora dessas o clicRBS tira ele do ar.
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American Born Chinese
American Born Chinese foi a HQ mais polêmica dos Estados Unidos no ano passado, porque ganhou uma série de prêmios -- a maioria deles literários. Aí veio a velha discussão de que quadrinhos não são literatura, a lenga-lenga de sempre. Os defensores do beletrismo ficaram com o cabelo em pé, choraram, reclamaram, fizeram beicinho.
Pra encerrar bem o feriadão, li a história. A edição brasileira, que será pela Companhia das Letras, ainda não saiu (mas, além da Amazon, dá pra receber rapidinho comprando na Cultura e, por sinal, as duas estão com ótimos preços).
E não é que American Born Chinese é realmente uma puta de uma história em quadrinhos? No começo, parece que vai ser uma HQ correta, bonita, mas sem nada demais, sobre o preconceito que os jovens sofrem na escola por serem diferentes. Tem bullying, tem vergonha de existir, tem professores relapsos. Mas, de repente, Gene Luen Yang reverte o jogo. E reverte de uma forma incrível. É onde está a genialidade do troço.
Pra encerrar bem o feriadão, li a história. A edição brasileira, que será pela Companhia das Letras, ainda não saiu (mas, além da Amazon, dá pra receber rapidinho comprando na Cultura e, por sinal, as duas estão com ótimos preços).
E não é que American Born Chinese é realmente uma puta de uma história em quadrinhos? No começo, parece que vai ser uma HQ correta, bonita, mas sem nada demais, sobre o preconceito que os jovens sofrem na escola por serem diferentes. Tem bullying, tem vergonha de existir, tem professores relapsos. Mas, de repente, Gene Luen Yang reverte o jogo. E reverte de uma forma incrível. É onde está a genialidade do troço.
Tina Brown e Lady Di
Tá hoje no New York Times Book Review, em artigo de Caroline Weber: Tina Brown está lançando um livro sobre a participação da imprensa na vida de Diana.
Chama-se The Diana Chronicles. Caroline lembra que a ascenção e queda de Diana batem com a de Tina. Na época do casamento, ela era uma garota-prodígio. Na morte da princesa, Tina se tornou a mais polêmica das editoras da New Yorker.
Chama-se The Diana Chronicles. Caroline lembra que a ascenção e queda de Diana batem com a de Tina. Na época do casamento, ela era uma garota-prodígio. Na morte da princesa, Tina se tornou a mais polêmica das editoras da New Yorker.
sábado, 9 de junho de 2007
M is for Magic, mais uma antologia do Gaiman
Sai no fim do mês, lá fora, M Is for Magic, novo livro de Neil Gaiman.
É mais uma das coletâneas de obras esparsas, algo que ele costuma fazer de tempos em tempos lá fora. Por aqui, a gente percebe menos: não são todas as que são trazidas pro mercado brasileiro. Mas, desta vez, tem uma diferença bacana: vem com ilustrações de dinamarquês Teddy Kristiansen.
Os dois já trabalharam juntos várias vezes, incluindo no álbum Dias da Meia-Noite, recentemente lançado pela Pixel.
É mais uma das coletâneas de obras esparsas, algo que ele costuma fazer de tempos em tempos lá fora. Por aqui, a gente percebe menos: não são todas as que são trazidas pro mercado brasileiro. Mas, desta vez, tem uma diferença bacana: vem com ilustrações de dinamarquês Teddy Kristiansen.
Os dois já trabalharam juntos várias vezes, incluindo no álbum Dias da Meia-Noite, recentemente lançado pela Pixel.
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Put the book back on the shelf
Put The Book Back On The Shelf: A Belle And Sebastian Anthology é o tão falado álbum de quadrinhos independentes baseados nas canções do Belle and Sebastian. Confesso que fiquei com pé atrás quando comprei, afinal de contas, podia ser um grandessíssimo caça-níqueis.
Mas não é.
Ela é irônica e cruel como a banda.
É uma antologia séria e inspirada de quadrinhos alternativos, com muita gente de quem eu não tinha ouvido falar, uns de quem eu tinha ouvido e já lido (como o Ande Parks e o Chris Samnee, do Capote no Kansas).
Tem dois brasileiros bacanas. O Bruno D'Angelo mora e publica por aqui. A Catia Chien mora em Los Angeles, tem um trabalho fantástico.
É dela o trabalho que vai encerrar este post: Para comprar o álbum, há duas opções: Amazon e Livraria Cultura.
Mas não é.
Ela é irônica e cruel como a banda.
É uma antologia séria e inspirada de quadrinhos alternativos, com muita gente de quem eu não tinha ouvido falar, uns de quem eu tinha ouvido e já lido (como o Ande Parks e o Chris Samnee, do Capote no Kansas).
Tem dois brasileiros bacanas. O Bruno D'Angelo mora e publica por aqui. A Catia Chien mora em Los Angeles, tem um trabalho fantástico.
É dela o trabalho que vai encerrar este post: Para comprar o álbum, há duas opções: Amazon e Livraria Cultura.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Novo livro de Francis Wheen
Muita gente tem chegado aqui no blog atrás do livro Como a Picaretagem Conquistou o Mundo. Talvez seja hora de avisar que seu autor, o jornalista Francis Wheen, já está com outro título em pré-venda no país: O Capital de Marx. Wheen escreveu uma biografia de Karl Marx muito premiada.
O trabalho faz parte de uma coleção que faz a "biografia" de dez livros revolucionários. Está saindo pela Jorge Zahar. No prelo, estão também os volumes dedicados a Os Direitos do Homem de Thomas Paine e As Origens das Espécies de Darwin.
O trabalho faz parte de uma coleção que faz a "biografia" de dez livros revolucionários. Está saindo pela Jorge Zahar. No prelo, estão também os volumes dedicados a Os Direitos do Homem de Thomas Paine e As Origens das Espécies de Darwin.
Comer será uma grande aventura
Comecei a ler, bem devagar, as crônicas de Alex Kapranos em Mordidas Sonoras, livrinho recém-lançado pela Conrad.
Nele, o vocalista da admirável banda escocesa Franz Ferdinand reúne as crônicas sobre gastronomia que escreveu no Guardian. A idéia é somar as turnês do grupo com a curiosidade extrema pelo melhor da alimentação mundial.
Pelo que entendi, tudo parte do pressuposto peterpanesco lançado na crônica de abertura, que rememora a infância do músico: comer será uma grande aventura.
iInnovation
Preguiça, falta de assunto, cérebro clamando por nicotina (nã, nã!), amigos na cidade, enfim, fiquei sem escrever mesmo. Acontece.
Mas aí tem a capa da Economist falando da Apple e de inovação. O texto está aqui. O mais importante dessa matéria é afirmar que o iPhone foge do padrão de Steve Jobs. Ele não está criando uma categoria nova, como o Macintosh e o iPod criaram. No máximo, o celular jobiano vai mexer com os aparelhos que já estão no mercado -- e que estavam se tornando coisas muito parecidas com o iPhone.
O que o Steve Jobs fez foi criar um aparelho bem completo -- e que custa a pequena fortuna de R$ 499, caro mesmo para os high ends. Eu acho esquisitíssimo um aparelho desses, tão internético, não ser 3G. A Apple se defende e diz que o wi-fi é tão bom que ninguém vai notar. Anyway, a Apple é cheia dessas esquisitices e limitações (inclusive no iPod), mas seus fãs não reclamam. E ficam furiosos quando a gente comenta.
Aí é aquilo: eles fazem uma campanha dessas, mostrando que o iPod virou uma bostinha perto do iPhone.
Mas aí tem a capa da Economist falando da Apple e de inovação. O texto está aqui. O mais importante dessa matéria é afirmar que o iPhone foge do padrão de Steve Jobs. Ele não está criando uma categoria nova, como o Macintosh e o iPod criaram. No máximo, o celular jobiano vai mexer com os aparelhos que já estão no mercado -- e que estavam se tornando coisas muito parecidas com o iPhone.
O que o Steve Jobs fez foi criar um aparelho bem completo -- e que custa a pequena fortuna de R$ 499, caro mesmo para os high ends. Eu acho esquisitíssimo um aparelho desses, tão internético, não ser 3G. A Apple se defende e diz que o wi-fi é tão bom que ninguém vai notar. Anyway, a Apple é cheia dessas esquisitices e limitações (inclusive no iPod), mas seus fãs não reclamam. E ficam furiosos quando a gente comenta.
Aí é aquilo: eles fazem uma campanha dessas, mostrando que o iPod virou uma bostinha perto do iPhone.
terça-feira, 5 de junho de 2007
I love you Phillip Morris
Se isto aqui não é um golpe da indústria do tabaco, não sei o que poderia ser.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Paulo Cesar de Araújo na Livraria da Vila
Paulo Cesar de Araújo abriu os trabalhos da Prosa na Vila, encontro quinzenal (sempre às segundas) que a Livraria da Vila promove -- aliás, não na Livraria da Vila da Vila Madalena, e sim a nova, a da Lorena, nos Jardins. Foi um encontro concorrido. Sala pequena, para 70 pessoas, lotadas, incluindo aí um punhado de jornalistas e fotógrafos.
O foco, claro, foi o livro Roberto Carlos em Detalhes (que ainda está à venda na Saraiva e em uma que outra livraria por aí). Mas ele também comentou sobre o seu outro trabalho, Eu Não Sou Cachorro, Não. E os dois estão bastante interligados.
Ele comentou que a pesquisa sobre a música brega brasileira, por exemplo, está repercutindo bem. Como professor de História, fica feliz hoje de ver o Odair José citado em livros didáticos da área ao lado de Caetano e Gil como vítimas da ditadura. Mas que, no começo, não foi fácil não.
Lembrou, por exemplo, do medo que teve no noite de lançamento, em que chovia muito no Rio, onde mora. Falou que, historicamente, o Aguinaldo Timóteo, cuja vida é retratada ali, é um cara que nem quer saber de processo. Resolve tudo na porrada.
Aí lá estava ele, fim de noite, onze da noite, só um punhado de amigos na livraria, quando ouve um "Quem é Paulo Cesar de Araújo?". A voz era irreconhecível: Aguinaldo. Que não bateu, mas o parabenizou pelo trabalho, pela seriedade, por contar a história do brega com respeito e dignidade.
Eu Não Sou Cachorro, Não saiu antes de Roberto Carlos em Detalhes. E deu coragem pro Paulo Cesar.
O cara veio da Bahia pra São Paulo. Mais adiante, por conta de um amor, se mudou pro Rio. E foi lá que começou a pesquisar a música brasileira. Decidiu que ia contar a história da MPB -- no sentido mais amplo que a expressão permite. E escolheu o primeiro entrevistado: Tom Jobim. Pensou: se o Tom falar comigo, todo mundo vai falar.
A regra valeu para todo mundo: Caetano, Chico, os bregas, até o João Gilberto. Menos pro Roberto, com quem teve alguns encontros informais e várias entrevistas adiadas.
-- Na época, todo mundo atendia o telefone -- contou o Paulo César. -- Menos o Roberto. Nisso, o Roberto foi inovador. Ele tinha assessores antes de todo mundo.
Por 15 anos, ele ficou tentando falar com o Rei. A última tentativa foi em 2005.
-- Vou tentar o Guinness, é sério. Duvido que algum jornalista no mundo tenha insistido por mais tempo em falar com uma única pessoa.
Mas aí veio a biografia. Saiu, pela Planeta. E o Rei implicou. Implicou como não tinham implicado os bregas, um apresentado como gay, outro como drogado e por aí vai.
Aí veio o Marcelino Freire, que estava lá para ler o texto brilhante que escreveu sobre o caso:
-- Os caretas é que são perigosos.
E como são. Mas a gente ainda não sabia da metade.
O Paulo Cesar disse que o processo do Rei não eram um, e sim dois: um cível e outro criminal. A gente ficou sabendo do criminal. Mas que, em 28 de fevereiro, o juiz do cível, que corre no Rio, já tinha largado na rua uma liminar: a Planeta teria que recolher o livro, sob multa de R$ 50 mil por dia em que o livro estivesse à venda no Brasil.
Além disso, o Rei queria grana. "Alta indenização", define o autor. Tudo isso porque ele discordava de menos de 5% do conteúdo do livro. Ele também contou que o Rei teria tentado indiciar por calúnia, difamação, essas coisas, mas não achou brechas no livro. E então apelou pra invasão de privacidade (oh, o Rei comeu a Maysa) e uso de imagem (oh, tem a foto do Rei lá dentro).
O Juiz da Barra Funda, vulgo Tércio, foi quem coordenou a conciliação entre as partes aqui em São Paulo. Na Barra Funda, o que já diz muita coisa.
Outra coisa que ainda não tinha ficado claro pra mim: os advogados do Paulo Cesar eram os advogados da Planeta. E acho que todo mundo aqui concorda que os interesses do Paulo Cesar (deixar o livro nas prateleiras) e os da Planeta (deixar o livro na prateleira, desde quê) são semelhantes, mas não iguais.
Segundo Paulo Cesar, no meio da audiência, o Juiz da Barra Funda (vulgo Tércio) teria dito que era melhor eles se acertarem, porque ele já tinha ali, e até assinada estava, uma ordem judicial para fechar a Planeta.
E então começou o movimento jurídico da Prosa na Vila. Tinha advogadas ali, gente que se uniu na vida pra defender direitos autorais e afins, que estavam ali porque eram genuinamente interessadas no caso. E elas disseram que foi uma estupidez dos advogados da Planeta: por ser uma vara criminal, o juiz até podia mandar prender todo mundo ali, mas não tinha poder de mandar fechar uma editora. Ah, isso não tinha.
Aí tivemos outra intervenção jurídica. Uma senhora que trabalha pro governo. Falou do Ministério Público, dos juízes presos, da estranheza do caso. Por exemplo: o Juiz da Barra Funda, vulgo Tércio, teria tirado da pasta um CD e, alegando-se cantor e compositor (não é crime, é?), entregue ao Rei. E isso ao fim do encontro, livro recém-recolhido e coisital.
Mais advogados: uma senhora diz que essa coisa de o juiz ser cantor e compositor não é crime, mas que o lance de dar CD pro Rei durante o processo é suspeito. Assim como é esquisito que o processo tenha andado tão rapidamente. O lance de fechar a Planeta, disse outra, soa como coação. Tudo estranho, comentam os especialistas que estavam por lá. E dava pra ver um brilhinho no olho do Paulo Cesar.
Quanto à internet, ele não pareceu superanimado com a idéia do download ilegal da obra -- nem a venda de cópias a R$ 2 no Centrão. De fato, tudo que diz respeito ao Rei parece incomodá-lo mais do que declara. Mas, no fim das contas, aceita:
-- É a sociedade que se manifesta contra a barbárie. Não se destrói um livro fisicamente. O meu livro está vivo.
No final, no burburinho, começou uma mobilização. Há outras biografias correndo perigo. Uma é do Manuel Bandeira [e não Mário de Andrade, como eu tinha dito antes]. Foi impressa, milhares de exemplares, mas a editora optou por não distribuir, não logo.
O direito à privacidade, seja ela pública e unilateral, se sobrepõe à liberdade de expressão e à construção da História do Brasil.
Cansei de ouvir que o brasileiro é um povo sem memória. Se é mesmo, sei lá. Mas vai ser: em breve, por uma decisão judicial. Ou um acordo entre as partes, o que for mais cômodo.
O foco, claro, foi o livro Roberto Carlos em Detalhes (que ainda está à venda na Saraiva e em uma que outra livraria por aí). Mas ele também comentou sobre o seu outro trabalho, Eu Não Sou Cachorro, Não. E os dois estão bastante interligados.
Ele comentou que a pesquisa sobre a música brega brasileira, por exemplo, está repercutindo bem. Como professor de História, fica feliz hoje de ver o Odair José citado em livros didáticos da área ao lado de Caetano e Gil como vítimas da ditadura. Mas que, no começo, não foi fácil não.
Lembrou, por exemplo, do medo que teve no noite de lançamento, em que chovia muito no Rio, onde mora. Falou que, historicamente, o Aguinaldo Timóteo, cuja vida é retratada ali, é um cara que nem quer saber de processo. Resolve tudo na porrada.
Aí lá estava ele, fim de noite, onze da noite, só um punhado de amigos na livraria, quando ouve um "Quem é Paulo Cesar de Araújo?". A voz era irreconhecível: Aguinaldo. Que não bateu, mas o parabenizou pelo trabalho, pela seriedade, por contar a história do brega com respeito e dignidade.
Eu Não Sou Cachorro, Não saiu antes de Roberto Carlos em Detalhes. E deu coragem pro Paulo Cesar.
O cara veio da Bahia pra São Paulo. Mais adiante, por conta de um amor, se mudou pro Rio. E foi lá que começou a pesquisar a música brasileira. Decidiu que ia contar a história da MPB -- no sentido mais amplo que a expressão permite. E escolheu o primeiro entrevistado: Tom Jobim. Pensou: se o Tom falar comigo, todo mundo vai falar.
A regra valeu para todo mundo: Caetano, Chico, os bregas, até o João Gilberto. Menos pro Roberto, com quem teve alguns encontros informais e várias entrevistas adiadas.
-- Na época, todo mundo atendia o telefone -- contou o Paulo César. -- Menos o Roberto. Nisso, o Roberto foi inovador. Ele tinha assessores antes de todo mundo.
Por 15 anos, ele ficou tentando falar com o Rei. A última tentativa foi em 2005.
-- Vou tentar o Guinness, é sério. Duvido que algum jornalista no mundo tenha insistido por mais tempo em falar com uma única pessoa.
Mas aí veio a biografia. Saiu, pela Planeta. E o Rei implicou. Implicou como não tinham implicado os bregas, um apresentado como gay, outro como drogado e por aí vai.
Aí veio o Marcelino Freire, que estava lá para ler o texto brilhante que escreveu sobre o caso:
-- Os caretas é que são perigosos.
E como são. Mas a gente ainda não sabia da metade.
O Paulo Cesar disse que o processo do Rei não eram um, e sim dois: um cível e outro criminal. A gente ficou sabendo do criminal. Mas que, em 28 de fevereiro, o juiz do cível, que corre no Rio, já tinha largado na rua uma liminar: a Planeta teria que recolher o livro, sob multa de R$ 50 mil por dia em que o livro estivesse à venda no Brasil.
Além disso, o Rei queria grana. "Alta indenização", define o autor. Tudo isso porque ele discordava de menos de 5% do conteúdo do livro. Ele também contou que o Rei teria tentado indiciar por calúnia, difamação, essas coisas, mas não achou brechas no livro. E então apelou pra invasão de privacidade (oh, o Rei comeu a Maysa) e uso de imagem (oh, tem a foto do Rei lá dentro).
O Juiz da Barra Funda, vulgo Tércio, foi quem coordenou a conciliação entre as partes aqui em São Paulo. Na Barra Funda, o que já diz muita coisa.
Outra coisa que ainda não tinha ficado claro pra mim: os advogados do Paulo Cesar eram os advogados da Planeta. E acho que todo mundo aqui concorda que os interesses do Paulo Cesar (deixar o livro nas prateleiras) e os da Planeta (deixar o livro na prateleira, desde quê) são semelhantes, mas não iguais.
Segundo Paulo Cesar, no meio da audiência, o Juiz da Barra Funda (vulgo Tércio) teria dito que era melhor eles se acertarem, porque ele já tinha ali, e até assinada estava, uma ordem judicial para fechar a Planeta.
E então começou o movimento jurídico da Prosa na Vila. Tinha advogadas ali, gente que se uniu na vida pra defender direitos autorais e afins, que estavam ali porque eram genuinamente interessadas no caso. E elas disseram que foi uma estupidez dos advogados da Planeta: por ser uma vara criminal, o juiz até podia mandar prender todo mundo ali, mas não tinha poder de mandar fechar uma editora. Ah, isso não tinha.
Aí tivemos outra intervenção jurídica. Uma senhora que trabalha pro governo. Falou do Ministério Público, dos juízes presos, da estranheza do caso. Por exemplo: o Juiz da Barra Funda, vulgo Tércio, teria tirado da pasta um CD e, alegando-se cantor e compositor (não é crime, é?), entregue ao Rei. E isso ao fim do encontro, livro recém-recolhido e coisital.
Mais advogados: uma senhora diz que essa coisa de o juiz ser cantor e compositor não é crime, mas que o lance de dar CD pro Rei durante o processo é suspeito. Assim como é esquisito que o processo tenha andado tão rapidamente. O lance de fechar a Planeta, disse outra, soa como coação. Tudo estranho, comentam os especialistas que estavam por lá. E dava pra ver um brilhinho no olho do Paulo Cesar.
Quanto à internet, ele não pareceu superanimado com a idéia do download ilegal da obra -- nem a venda de cópias a R$ 2 no Centrão. De fato, tudo que diz respeito ao Rei parece incomodá-lo mais do que declara. Mas, no fim das contas, aceita:
-- É a sociedade que se manifesta contra a barbárie. Não se destrói um livro fisicamente. O meu livro está vivo.
No final, no burburinho, começou uma mobilização. Há outras biografias correndo perigo. Uma é do Manuel Bandeira [e não Mário de Andrade, como eu tinha dito antes]. Foi impressa, milhares de exemplares, mas a editora optou por não distribuir, não logo.
O direito à privacidade, seja ela pública e unilateral, se sobrepõe à liberdade de expressão e à construção da História do Brasil.
Cansei de ouvir que o brasileiro é um povo sem memória. Se é mesmo, sei lá. Mas vai ser: em breve, por uma decisão judicial. Ou um acordo entre as partes, o que for mais cômodo.
Um dia uma morte
Outra leitura deste fim de semana foi Um dia uma morte, HQ de Fabiano Barroso e Piero Bagnariol. Os dois são editores da excelente revista Graffiti 76% Quadrinhos. O novo álbum é a primeira publicação do grupo no formato de graphic novel.
(Cá entre nós: o termo "graphic novel" é um lixo. Quando surgiu, nas mãos do Will Eisner, ele significava "romance gráfico", justamente para diferenciar dos comic books, os gibis. Era pra ser romance mesmo, com pretensões literárias sinceras. No Brasil, ficou assim mesmo, sem tradução. Virou um selo para indicar que é gibi de luxo, não romance com desenhos. Pra quê fazer uma coisa dessas?)
Um dia uma morte se passa em uma vila de periferia. É aquilo: um dia, morre um dos caras mais velhos do morro, uma daquelas pintas tradicionais da comunidade, um que supostamente tinha uma certa graninha guardada. Só que um dos caras trabalha no necrotério. E acha no bolso do falecido um novo testamento, com um mapa, que diria onde o cara escondeu seu tesouro. O mapa indica a casa de um traficante.
Entre flashbacks com a vida dos personagens e a tentativa de invadir a casa do bandidão, a dupla de artistas cria uma leitura deliciosa. A arte até causa um estranhamento no começo -- é popular, naïf, mas dá muito certo logo que a leitura engrena.
Para comprar, é só ir no site da Graffiti 76%.
(Cá entre nós: o termo "graphic novel" é um lixo. Quando surgiu, nas mãos do Will Eisner, ele significava "romance gráfico", justamente para diferenciar dos comic books, os gibis. Era pra ser romance mesmo, com pretensões literárias sinceras. No Brasil, ficou assim mesmo, sem tradução. Virou um selo para indicar que é gibi de luxo, não romance com desenhos. Pra quê fazer uma coisa dessas?)
Um dia uma morte se passa em uma vila de periferia. É aquilo: um dia, morre um dos caras mais velhos do morro, uma daquelas pintas tradicionais da comunidade, um que supostamente tinha uma certa graninha guardada. Só que um dos caras trabalha no necrotério. E acha no bolso do falecido um novo testamento, com um mapa, que diria onde o cara escondeu seu tesouro. O mapa indica a casa de um traficante.
Entre flashbacks com a vida dos personagens e a tentativa de invadir a casa do bandidão, a dupla de artistas cria uma leitura deliciosa. A arte até causa um estranhamento no começo -- é popular, naïf, mas dá muito certo logo que a leitura engrena.
Para comprar, é só ir no site da Graffiti 76%.
domingo, 3 de junho de 2007
Urubu
Há um livrinho bacana que a Desiderata lançou. É Urubu. Em São Paulo, ao menos, saiu na surdina. Deve ser porque o livro traz as charges futebol de Henfil, flamenguista doente, mesmo que mineiro.
Eu, que nem sou lá do futebol, curti pra caramba. É divertido, é leve. E é do Henfil, com aquele traço dele que mistura limpeza com sujeira na dose certa, sempre na hora certa.
Urubu é o personagem que criou, um alter ego, também flamenguista. Mesmo com imagens aparentemente estáticas, Henfil cria a percepção de movimento. Principalmente quando fala do Zico, que, descobri agora, é o maior ídolo que o Flamengo já teve.
Lembro do Zico com simpatia. Quando eu era criança, ele era o máximo. Todo mundo falava do Zico. E lá está ele, até na Copa do México, a do Naranjito -- melhor mascote esportivo ever, que dá de relho no solzinho do Ninho que anuncia o Pan do Rio e está em todas as lojas de brinquedo (alguém compra aquilo?).
O Blogger considera que este é um blog de spams
Sabe-se lá qual é o meu comportamento. Mas o Blogger considera que este blog é um blog de spams. Vão mandar um técnico aqui pra fazer uma verificação humana de que este não é um blog de spams. Pode uma coisa dessas?
Até lá, a cada post que postar, preciso digitar um código de verificação de palavras. Que, na real, não são palavras. Para que vocês possam ler este post, tenho que digitar zmhwmq. Desde quando zmhwmq é uma palavra?
Fiz.
Aí deu erro. Agora, preciso digitar ttydf. Tampouco é uma palavra.
Eu erro. Erro sempre. Fazer um blog acaba de se tornar um inferno.
Justo agora que eu estava implementando os links diretos com a Amazon, vejam só! Porque aí vocês poderiam aproveitar o dólar baixo e comprar coisas. E eu ainda ganharia alguns centavos em vale-presentes se todo mundo resolvesse comprar.
Eu ia recomendar que vocês comprassem a HQ The Fountain, que realmente é muito bonita. Acabo de lê-la. É a versão em graphic novel do filme do Darren Aronofsky. Feita por ele e pelo genial Kent Williams. E ainda por cima está em promoção. (Dá pra comprar na Livraria Cultura também, mas sai um pouco mais caro.)
Até lá, a cada post que postar, preciso digitar um código de verificação de palavras. Que, na real, não são palavras. Para que vocês possam ler este post, tenho que digitar zmhwmq. Desde quando zmhwmq é uma palavra?
Fiz.
Aí deu erro. Agora, preciso digitar ttydf. Tampouco é uma palavra.
Eu erro. Erro sempre. Fazer um blog acaba de se tornar um inferno.
Justo agora que eu estava implementando os links diretos com a Amazon, vejam só! Porque aí vocês poderiam aproveitar o dólar baixo e comprar coisas. E eu ainda ganharia alguns centavos em vale-presentes se todo mundo resolvesse comprar.
Eu ia recomendar que vocês comprassem a HQ The Fountain, que realmente é muito bonita. Acabo de lê-la. É a versão em graphic novel do filme do Darren Aronofsky. Feita por ele e pelo genial Kent Williams. E ainda por cima está em promoção. (Dá pra comprar na Livraria Cultura também, mas sai um pouco mais caro.)
sábado, 2 de junho de 2007
O livro (ainda) não acabou
Semana passada, o caderno Cultura, da Zero Hora, publicou uma série de artigos apregoando, de modo geral, que o livro de papel não ia acabar. Como é um tema que estou acompanhando bem de perto, basta ver alguns dos posts abaixo, escrevi um e-mail pro Eduardo Veras pra comentar que eu achava meio forçado garantir a sobrevivência de um suporte que poucas vezes esteve tão ameaçado.
Em resposta, veio um pedido de artigo para ser publicado, e foi o que aconteceu. Na Zero Hora de hoje, lá está: O livro (ainda) não acabou.
Em resposta, veio um pedido de artigo para ser publicado, e foi o que aconteceu. Na Zero Hora de hoje, lá está: O livro (ainda) não acabou.
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sexta-feira, 1 de junho de 2007
Resenhas no Universo HQ
Sairam mais seis resenhas que fiz no Universo HQ:
Capote no Kansas (Truman Capote escrevendo A Sangue Frio)
DC Apresenta 3 (um especial da minissérie Crise Infinita)
Grandes Astros: Superman 5 (historinha muito bacana, por sinal)
Grandes Clássicos DC 10: Lendas (Lendas, eu já disse por aqui, foi a revista que fez eu começar a colecionar HQs com mais afinco. Não por ser uma série monumental nem nada, mas foi a série certa.)
Liga da Justiça 54 (É uma revista confusa)
Superman 54 (Taí, parece que começa uma boa fase da revista)
Capote no Kansas (Truman Capote escrevendo A Sangue Frio)
DC Apresenta 3 (um especial da minissérie Crise Infinita)
Grandes Astros: Superman 5 (historinha muito bacana, por sinal)
Grandes Clássicos DC 10: Lendas (Lendas, eu já disse por aqui, foi a revista que fez eu começar a colecionar HQs com mais afinco. Não por ser uma série monumental nem nada, mas foi a série certa.)
Liga da Justiça 54 (É uma revista confusa)
Superman 54 (Taí, parece que começa uma boa fase da revista)
Final de Smallville
No mesmo esquema de Heroes e Lost, deixem-me comentar aqui o episódio de fim de temporada de Smallville. É um fato que a série vem ladeira abaixo, numa fase de decadência plena. Mas há esperanças no horizonte.
Para continuar lendo, selecione o texto em branco.
Smallville ficou uma porcaria, e isso já faz um tempo. Não estava tão ruim desde o começo, bem fraquinho. Vi a sexta temporada toda por teimosia. Mas a série costuma crescer em seus desfechos. A regra se confirmou mais uma vez. Depois de episódios lamentáveis, Smallville se recuperou. Ver o Caçador de Marte e Lionel Luthor como agentes de Jor-El lembra o melhor da melhor temporada da série, a quarta.
Pelo jeito, os produtores entenderam que estavam com um pepino na mão. E fizeram como naquela novela em que um terremoto matou metade do elenco. Se quiserem, voltam no fim deste ano com uma série completamente diferente. Há margem para voltar atrás, claro -- salvar Lana, Chloe, trazer a senadora Kent de volta e deixar a cidadezinha como sempre foi. Mas não tem porque fazer isso. Mas não precisa. Smallville poucas vezes esteve perto de uma renovação tão grande. E precisa mesmo dar uma sacudida.
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