Acho a Bruna Beber uma baita poeta. Parece que, com a Flip, enfim ela vai ganhar um reconhecimento popular - ontem, na Folha, a coluna da Raquel Cozer contou que ela esgotou na livraria do festival. O editor, faceiro, a chamava de "nosso Leminski".
Mas tenho que confessar (pode ser coisa minha) que fico mais feliz lendo Bruna Beber que Leminski.
Enfim: saiu por esses dias o novo livro dela, Rua da Padaria. É formidável. De lá tirei este poema:
picolé de limão
pensando rápido
a vida é desgraçada
– o primeiro rádio
ganhei no bicho
meu primeiro amor
achei no lixo
o primeiro tiro
levei no bingo
meu melhor amigo
conheci na cadeia
a primeira ambição
um palito premiado –
pensando lento
que graça.
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