sexta-feira, 23 de março de 2018
Pão irlandês
Voltei a fazer experiências com levain, e talvez fale sobre isso mais pra frente.
Hoje, queria dividir com vocês a receita de um pão ridiculamente fácil de fazer, e uma cozinha em pleno funcionamento tem todos os ingredientes no armário.
Vale a pena guardar essa receita, porque é tão rápido quanto ir à padaria. Num domingo, dá pra acordar e fazer pro fim de semana.
Ingredientes
450 gramas de farinha branca (3 1/2 xícaras) e mais um pouco pra quando for amassar o pão
uma pitada generosa de sal
uma colher de chá de bicarbonato de sódio, que é o fermento
1 1/2 xícara de buttermilk, que é algo que é difícil de achar pronto no Brasil, mas você vai fazer colocando umas gotas de limão no leite e deixando parado por uns cinco minutos. Vale a pena já preparar um pouco mais pro caso de a massa ficar muito farinhenta
(Você pode acrescentar passas ou castanhas na massa se quiser. Em alguns países, isso é comum, mas tradicionalmente o pão irlandês é puro mesmo)
Como fazer
Pré-aqueça o forno enquanto separa os ingredientes e prepara o buttermilk.
Numa vasilha, misture todos os ingredientes.
Com a mão, comece a amassar numa superfície coberta com farinha, até a massa ficar uniforme. Ela vai estar pronta quando parecer uma massinha de modelar: consistente, sem estar pegajosa nem úmida.
Molde a massa até deixar num formato arredondado.
Faça dois cortes em formato de cruz no pão. Esses cortes podem ser bem profundos, chegando até o centro da massa. (Veja na foto acima como fica)
Ponha no forno numa forma untada. Deixe por 15 minutos em 250ºC e depois reduza pra uns 200ºC e deixe mais uns 40 minutos, até ficar bem dourado por fora.
Coma quente, com uma boa manteiga.
quarta-feira, 21 de março de 2018
A cara que mereces
Da abertura do filme A cara que mereces, de Miguel Gomes.
(Vimos no Mubi, que tem nos ajudado a ver os primeiros filmes desse diretor, de quem somos tão fãs.)
terça-feira, 20 de março de 2018
Os Sertões (II)
Com o avanço da leitura, retorno para mais algumas observações, sobre Os Sertões, que começaram ali embaixo.
E porque, com a intervenção militar no Rio, alguns paralelismos ganham interesse.
A intervenção ressoa no livro; o livro, na intervenção.
Os agrupamentos que chamamos de favelas surgem no Rio com a derrocada de Canudos. Morro da Favela foi um dos territórios do Conselheiro.
A rigor, a gênese da intervenção atual está descrita em Os Sertões.
A formação de Euclydes da Cunha na Escola Militar da Praia Vermelha e na Escola Superior de Guerra é um elemento importante. O autor é um militar, entende de batalha e se surpreende com o rigor do sertanejo. Também tem base para criticar o exército, para ver seus erros.
Destaco duas citações que extraí do capítulo sobre a chegada da expedição militar comandada por Moreira César:
"Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas."
"O fetichismo político exigia manipansos de farda.
Escolheram-no para novo ídolo."
(sendo manipanso o próprio Moreira César. Hoje, temos candidatos a manipansos enviados pelo governo federal para todo lado.)
E porque, com a intervenção militar no Rio, alguns paralelismos ganham interesse.
A intervenção ressoa no livro; o livro, na intervenção.
Os agrupamentos que chamamos de favelas surgem no Rio com a derrocada de Canudos. Morro da Favela foi um dos territórios do Conselheiro.
A rigor, a gênese da intervenção atual está descrita em Os Sertões.
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A formação de Euclydes da Cunha na Escola Militar da Praia Vermelha e na Escola Superior de Guerra é um elemento importante. O autor é um militar, entende de batalha e se surpreende com o rigor do sertanejo. Também tem base para criticar o exército, para ver seus erros.
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Destaco duas citações que extraí do capítulo sobre a chegada da expedição militar comandada por Moreira César:
"Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas."
"O fetichismo político exigia manipansos de farda.
Escolheram-no para novo ídolo."
(sendo manipanso o próprio Moreira César. Hoje, temos candidatos a manipansos enviados pelo governo federal para todo lado.)
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