terça-feira, 20 de março de 2018

Os Sertões (II)

Com o avanço da leitura, retorno para mais algumas observações, sobre Os Sertões, que começaram ali embaixo.

E porque, com a intervenção militar no Rio, alguns paralelismos ganham interesse.

A intervenção ressoa no livro; o livro, na intervenção.

Os agrupamentos que chamamos de favelas surgem no Rio com a derrocada de Canudos. Morro da Favela foi um dos territórios do Conselheiro.

A rigor, a gênese da intervenção atual está descrita em Os Sertões.

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A formação de Euclydes da Cunha na Escola Militar da Praia Vermelha e na Escola Superior de Guerra é um elemento importante. O autor é um militar, entende de batalha e se surpreende com o rigor do sertanejo. Também tem base para criticar o exército, para ver seus erros.

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Destaco duas citações que extraí do capítulo sobre a chegada da expedição militar comandada por Moreira César:

"Se um grande homem pode impor-se a um grande povo pela influência deslumbradora do gênio, os degenerados perigosos fascinam com igual vigor as multidões tacanhas."

"O fetichismo político exigia manipansos de farda.

Escolheram-no para novo ídolo."

(sendo manipanso o próprio Moreira César. Hoje, temos candidatos a manipansos enviados pelo governo federal para todo lado.)

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