"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados."
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Repito mentalmente essa frase há quase uma semana. Ela está perto do fim de Os Sertões e ressoa.
Os Sertões é sobre a aniquilação de um líder popular. É sobre a origens das favelas do Rio de Janeiro. É sobre ocupação militar e resistência.
Canudos deu uma sova no exército. Você vai lendo Os Sertões e chega um novo capítulo, por exemplo, o da expedição Moreira César ou A Nova Luta. Você pensa: agora vai, a República vai massacrar Canudos e Euclydes da Cunha ainda vai enrolar por uns capítulos. Não vai. O exército vai tomar uma nova sova. Canudos só é derrotada no final, "por esgotamento completo".
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Canudos não se rendeu.
Antônio Conselheiro, encontrado morto, foi desenterrado e teve sua cabeça decepada e analisada – segundo preceitos científicos da época que hoje sabemos que eram racistas.
Quando acharam seu corpo, fizeram a única foto conhecida do líder de Canudos:
Fico por aqui.
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