domingo, 8 de abril de 2018

Os Sertões (Final)

"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados."

Canudos não se rendeu.

Canudos não se rendeu.

Canudos não se rendeu.

Repito mentalmente essa frase há quase uma semana. Ela está perto do fim de Os Sertões e ressoa.

Os Sertões é sobre a aniquilação de um líder popular. É sobre a origens das favelas do Rio de Janeiro. É sobre ocupação militar e resistência.

Canudos deu uma sova no exército. Você vai lendo Os Sertões e chega um novo capítulo, por exemplo, o da expedição Moreira César ou A Nova Luta. Você pensa: agora vai, a República vai massacrar Canudos e Euclydes da Cunha ainda vai enrolar por uns capítulos. Não vai. O exército vai tomar uma nova sova. Canudos só é derrotada no final, "por esgotamento completo".

Canudos não se rendeu.

Canudos não se rendeu.

Canudos não se rendeu.

Antônio Conselheiro, encontrado morto, foi desenterrado e teve sua cabeça decepada e analisada – segundo preceitos científicos da época que hoje sabemos que eram racistas.

Quando acharam seu corpo, fizeram a única foto conhecida do líder de Canudos:



Fico por aqui.

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