domingo, 28 de outubro de 2007

Björk

Tudo depõe contra a Björk nesta noite: calor indigno, possibilidade de chuva, Anhembi, multidão, a tal da área vip que torna tudo muito distante e frio. Se a islandesa virar o jogo, será um belo show.

domingo, 21 de outubro de 2007

50 lugares sexies para se comer

De repente, surgiram essas listas imensas, de mil coisas, que precisam ser feitas antes de morrer: 1000 lugares a serem visitados, 1000 livros a serem lidos, 1000 filmes a serem vistos, 1000 babaganushes a serem degustados. Quase não dá tempo para se viver, até porque, pra fazer tudo isso, você precisa trabalhar muito para conseguir pagar a conta.

Por isso, a lista dos 50 lugares sexies para se comer que saiu hoje no Guardian até soa amena: são só 50 lugares, a maioria em lugares visitáveis, as dicas ainda reúnem duas coisas bacanas numa só experiência (sexo e comida) e há sugestões pagáveis.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Greenpeace no Pará

Está rolando a maior treta no Pará: o Greenpeace tentou tirar uma tora de madeira queimada de 13 metros para excursionar pelo país e denunciar a devastação da Amazonia. Não deu: umas 300 pessoas cercaram os oito ativistas, informa o site da ONG. Eles estão cercados na sede do Ibama.

Para dar uma noção a vocês do que está rolando, o Ibama chegou a cancelar a autorização de transporte da árvore para "não agravar o conflito". Coisa de governo. Não tem exército por lá, não?

É surreal.

Mas mostra ao menos que quem está depredando a Amazônia está se sentindo ameaçado.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sidney Harris e o novo Graal

Descobri a existência do Sidney Harris dias atrás, quando por acaso tropecei na Cultura com a ótima antologia de cartuns dele que a editora da Unesp está lançando. O cara é especializado em fazer humor com ciência, vejam só. Ri de temas como nanotecnologia e psiquiatria. É uma delícia. E, ainda por cima, perfeito para anunciar o novo Graal deste blog, que os mais atentos já captaram no título desengraçadinho: a busca de identidade.

domingo, 14 de outubro de 2007

Que horas são?

Desculpem, mas não sei que horas são.

É que começou o horário de verão. Só que, de uns anos pra cá, essa mudança virou notícia velha. Os jornais largam uma notinha na página 17-C dizendo ADIANTE SEU RELÓGIO, ok, mas não é mais aquela festa que tinha antes.

No passado, todo mundo debatia o horário de verão durante as semanas que antecediam a implementação. Era um tema candente.

Minha mãe, veja só, nos acordava mais cedo no domingo pra gente se preparar para a segunda. Era um acontecimento nas nossas vidas, a chegada do horário de verão. Era um domingo para se passar com sono.

E, convenhamos, horário de verão é um período de jet lag crônico. A gente passa uns meses num fuso parecido com aquele a que estamos habituados, mas levemente alterado. A diferença é tão pequena que não provoca o esforço da adaptação. Na prática, acabam sendo os meses do ano em que durmo uma hora a menos. Daí aquela sensação de cansaço eterno e a decorrente confusão mental, sem falar do bocejo latente que está sempre pronto a dar o ar da graça.

Mas ainda não sei que horas são. Porque, incompetência minha, nunca entendi bem o que eu tenho que fazer quando me mandam adiantar um relógio. É uma falha na minha formação cerebral: me confundo com direita e esquerda, com adiantar e atrasar relógios, com a quantidade de colheres de café necessárias para passar duas xícaras não muito fortes.

Até poderia me esforçar, mas aí me dei conta de que não restaram relógios sem conexão com um servidor externo nesta casa. Todos, em tese, podem ter se ajustado automaticamente. Minha interferência seria a prova cabal de que sou um sujeito pré-conectividade, quase um antepassado distante de todos nós. Até porque o relógio do computador está igual ao relógio do Itaú nas homes do Terra e do UOL e até mesmo do contador do Blogger, que é o relógio do Google. O relógio do celular também bate. Será que esqueceram de mexer nos relógios dos servidores? Mas não lembro de ter ativado o auto-ajuste dos gadgets -- e provavelmente por isso há entre eles a discrepância de alguns minutos. Tudo isso ainda é muito confuso.

E eu continuo sem saber que horas são.

Jabá: Contos do Quintal à venda, compre djá

A quem interessar possa: o livro Contos do Quintal, do qual participei com uma ilustração para um conto infantil do Fabrício Carpinejar (mais explicações neste post) já está à venda. Compre aqui.

Aproveite e leve também o filme que deu origem à série -- que na real é o livro Porto Alegre e o Dia em que a Cidade Fugiu de Casa. Aproveite, amigo, que não é sempre que tem.

CQD: Tropa de Elite e os piratas

"Nas apreensões, vimos que drogas, munições e componentes de armamentos estavam nos mesmos carregamentos de produtos piratas."

Alexandre Cruz, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, em matéria da Folha que fala sobre o esquema do tráfico de DVDs vendidos em camelô.

Também saiu um texto bacaninha sobre o roubo de Rolex organizado.

A riqueza também é tema da New York Times Magazine de hoje.

sábado, 13 de outubro de 2007

RS

Não é por nada, não, mas por que diabos a Rolling Stone brasileira tem capas tão feias?

Eu até sou a favor de Ivete Sangalo, Faustão e afins, mas podiam ao menos fazer capas mais bonitas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Bienal do Mercosul 3 - Conversa com Annika Ström




Uma das mostras mais bacanas da Bienal do Mercosul é a Conversas, que está no Cais do Porto. Nela, um artista chamado pela curadoria é convidado a convidar outros dois artistas que tenham trabalhos relacionados. No fim, a curadoria olhar o conjunto e chama mais um artista. O resultado são doze grupos bem relacionados de quatro artistas em cada (com variações: alguns dos conjuntos são mais fraquinhos e, num dos casos, um artista convidou uma arquibancada, um DVD ou sua própria biblioteca, veja só).

O vídeo da Annika Ström é curtinho e delicioso, mas estava logo de cara na entrada do cubículo relacionado a ela. Chamava muito a atenção. Notem as pessoas passando na minha filmagem.

Neil Gaiman no Omelete

Para os fãs de Neil Gaiman, o Omelete publicou hoje muitos depoimentos do escritor. Além de uma entrevista a respeito do filme Stardust, que estréia esta semana, o criador do Sandman fala sobre suas participações em outros dois filmes: Beowulf e Morte.

Aliás, Gaiman está em alta também nas livrarias brasileiras. A Pixel aproveitou o ensejo para lançar uma nova versão de Stardust. E a Conrad saiu com um livro antigo dele, Neverwhere, que aqui virou Lugar Nenhum.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Bienal do Mercosul 2 - As fotos começam


Aos poucos, vou fazendo uploads de fotos da 6ª Bienal do Mercosul na minha conta do 8P. Mesmo feitas com celular, as imagens ajudam a esclarecer o vídeo do Nelson Leirner, que às vezes não dá pra ver direito.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Bienal do Mercosul 1 - Nelson Leiner



Andei por Porto Alegre no fim de semana. Um dos motivos foi ver a sexta edição da Bienal do Mercosul, que tem coisas fantásticas, tanto nas mostras coletivas quanto nas monográficas. Öyvind Fahlström, por exemplo, é imperdível, mas fica pra depois. Aos poucos, vou falando aqui de algumas obras e exposições.
Para começar, aí vai uma viagem em vídeo pela obra do Nelson Leiner, que está no Cais do Porto, na seção Zona Franca. É mais uma das montagens pop, um trabalho lúdico, mas que toma uma posição política bem definida.

sábado, 6 de outubro de 2007

Coisas que o James Watson aprendeu na vida

O cara aí ao lado é o James Watson, o pesquisador que disse que o DNA tinha formato de hélice e se tornou um dos grandes pioneiros da pesquisa genética. Ele está lançando um livro este mês que é uma mistura de biografia com aprendizados que a vida de cientista lhe concedeu. O título é sensacional: Avoid Boring People.

A última edição da revista Technology Review, do MIT, trouxe um trecho do livro e seis aprendizados sobre pesquisa (registre-se, oras, é a revista do MIT de graça, seu vagal!) que me parecem fundamentais para quem lida com pesquisa. No artigo, eles estão mais desenvolvidos, mas resolvi trazer pra vocês a síntese da síntese:

1. Escolha um objetivo aparentemente à frente do seu tempo.

2. Só trabalhe em problemas quando você sentir que o sucesso será tangível dentro de alguns anos.

3. Nunca seja a pessoa mais brilhante da sala (permitam-me um adendo aqui: ele diz que o Linus Pauling, que era o gênio da Química da época, teria descoberto a forma do DNA antes dele se não fosse tão arrogante).

4. Fique perto dos seus adversários intelectuais.

5. Trabalhe com um time que tem o mesmo nível intelectual que você (e outro adendo: mas que tenha conhecimentos diferentes).

6. Sempre tenha alguém pronto para salvá-lo (porque estar à frente do seu tempo exige alguém pra apoiar as cabeçadas que você vai dar).

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tropa de Elite no cinema

Acabei de chegar de uma sessão do Tropa de Elite no cinema. Não tinha visto em DVD. Nem naquele link do Youtube -- que saiu do ar, mas antes reuniu toda a sorte de comentários medonhos que falavam muito sobre este Brasilzinho.

É curioso: todo mundo fala das drogas, do quanto o tráfico fode com tudo, mas passou meio batido o fato de que os vendedores de DVDs piratas, responsáveis pela divulgação precoce e acelerada do filme, alimentam o mesmíssimo sistema criminoso.

Logo, não adianta só o amigo aí parar de se chapar. O troço se alastra pelo simpático barzinho que faz o jogo do bicho, pela loja de grife bacanésima que lava dinheiro, pelos iPods baratinhos do site de leilões, pelo cursinho que faz vista grossa pro ecônomo do bar que vende maconha e por aí vai.

E, enfim, o problema é que, neste país, a sensação que dá é que a gente tem é que parar com o país todo pra resolver a situação.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Aliens in America


Pára tudo!

A estréia de Aliens in America é uma das mais promissoras que as séries de TV norte-americanas nos mostram em anos. A história não tem nada a ver com ETs. Ou tem: o ET no caso é Raja, um intercambista paquistanês que vai passar um ano na casa de uma família dos subúrbios norte-americanos para conviver com o jovem loser Justin.

O primeiro episódio lembra até o monumental Anos Incríveis -- é, de cara, são leve e divertido, mas deixa uma gigantesca brecha para chafurdar em tudo o que é importante.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Peek-a-Boo

Outro dia, o Carlos Ferreira mandou um e-mail. Disse que a antológica Peek-a-Boo tá de volta, agora em blog. Eu me enrolei e não falei aqui nem em lugar nenhum. Mas é uma das boas novas do ano.

Wired Science

A Wired é foda porque quase todo mês eu penso "Ok, chega, já deu, tá batida" pra, em seguida, ela vir com um punhado de matérias que realmente fazem a diferença.

E hoje a revista virou um programa de TV. Hoje mesmo. A estréia recém rolou.

Meu fastio amigo já veio me dizendo: "Lá vem mais um enfadonho Mundo de Beakman para adultos". Mas os filhos da mãe me ganharam logo no primeiro bloco, com o ensaio de ciberguerra que rolou na superconectada Estônia.

Daí pra frente vai que é uma beleza.


terça-feira, 2 de outubro de 2007

50 anos de Sputnik e o paudurismo espacial

Quinta agora completam-se os 50 anos em que a pequena Sputnik foi para o espaço e deu o chute inicial na Era Espacial, e a imprensa lá fora já larga seus primeiros textos. Tanto o New York Times (em português no G1) quanto a Economist saíram com matérias que reforçam a tese de que a corrida espacial foi o mais caro "o meu é maior que o seu" da história. Numa metáfora digna do pior freudianismo de botequim, astronautas e cosmonautas tiveram seus pintos medidos publicamente, mas no fim das contas quem comeu e gozou foram os governos. Cada publicação dá suas cores e sua leitura particular, claro, mas é curioso ver que é justamente no falo (eu disse "falo") político que elas convergem.

É fato (agora eu disse "fato") que hoje não temos carros voadores nem casa de veraneio na Lua, mas ao menos rola um Google Earth. O mesmo Google que vai tentar tomar a lua para si e, possivelmente, transformá-la em um loteamento patrocinado daqui uns anos.

Contos do Quintal


Taí um convite (clique para ler) meio sem sentido, porque domingo eu nem vou estar em São Paulo e, portanto, não irei ao lançamento.

Mas o fato é que há um desenho meu no livro Contos do Quintal, que sai neste sábado pela Editora Globo. O volume reúne histórias escritas por vários escritores, cada uma acompanhada de uma ilustração de um artista diferente. O projeto é da Revista Crescer.

Meu desenho foi feito para uma história do mano Fabrício Carpinejar e repete o clima do outro livro que fizemos juntos, Porto Alegre e o Dia em que a Cidade Fugiu de Casa, que por sinal está à venda de novo (aproveite que não é sempre que tem!). Esse sim é todo escrito pelo Fabrício e desenhado por mim de alto a baixo com as adoráveis tintas nanquim escolar.

O Contos do Quintal ainda não está nas livrarias, mas, assim que entrar, eu aviso.

Phone Home

Não sou muito de repercutir as notícias do Blue Bus, até porque fico com a impressão de que todo mundo já leu. Por isso, não leiam este post como uma notícia, por favor, e sim como um louvor a uma idéia sensacional.

Ainda Orangotangos


Semana que vem começa a temporada de lançamentos de Ainda Orangotangos, livro do Paulo Scott que era do catálogo da Livros do Mal, mas ganha nova edição pela Bertrand. Os dados estão todos no convite aí em cima -- clica que aumenta.

Quando esses contos saíram pela primeira vez, escrevi na Zero Hora sobre a importância deles: está ali o primeiro registro ficcional de que a noite de Porto Alegre se mudou do Bonfim para a Cidade Baixa. É o Êxodus da literatura gaúcha contemporânea, até porque trocar a Lancheria do Parque pelo Ossip é um processo social bem mais complexo do que parece.

(A propósito: o Gustavo Spolidoro fez um filme baseado no livro. Já está rolando pelos festivais.)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mind the gaps


Foto de Mauricio Alejo, da Wired
Este artigo da Wired é interessantíssimo. Fala sobre a dinâmica da pesquisa científica, acostumada a publicar os acertos e esconder os erros -- e sobre a preciosidade de informações que os gaps escondem.

Na real, isso tem a ver com ciência, mas também com a vida da gente. É com os erros que a gente aprende, já martelava o velho Pavlov.

No fim das contas, quem tem razão é o metrô de Londres.