quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A era das trevas

Eu vou mais longe nessa história da Igreja Universal versus jornalistas. Sou a favor de que se retire a importância que a liberdade de credo tem na constituição. Quero fim de privilégios para todas as igrejas, inclusive a sua, seja ela qual for. Quero ter o direito de processar os charlatões por charlatanismo.

Porque, minha senhora, a gente sempre soube que a corja dos dogmas ia longe demais, e agora essa gente decidiu intimidar jornalistas e fazer ações em massa para obstruir ainda mais a atrolhada justiça.

Nem preciso dizer que isso é um desserviço para o país e até para os coitadinhos que os cultos, todos eles, declaram querer ajudar. O simples gesto de um juiz ler um processo desses e levantar o traseiro da cadeira pra ir ao armário arquivar um processo inútil desses toma tempo do cara. Juízes têm mais o que fazer do que servir aos caprichos messiânicos de religiosos e seus rebanhos.

E se essa gente intimida jornalista de jornalão, imagina só o que faria com o jornalinho da cidadezinha. Eles querem calar a boca para que ninguém mais revele as barbaridades deles. E querem instaurar uma Guerra Santa.

(Pra apoiar uma idéia dessas tem que ser alguém do quilate do Lula e do PT, por sinal, porque a catrefa rubro-escarlate agora quer fazer o mesmo!)

Amigos da Record, da Guaíba e do Correio do Povo, me desculpem, mas eu não tou do lado de vocês, porque vocês estão entre os que crêem, e eu não creio.

Não é certo que alguém diga a uma criança que deve se submeter a um conceito abstrato como um deus - se um adulto cai nessa, é um imbecil, mas ao menos é vacinado. Não se pode mais admitir que um punhado de gente ocupe as TVs para transmitir milagres a preço de dízimo que são verdadeiras piadas médicas e científicas.

Venham, me processem! É o que falta pra eu entrar numa jornada de processos sobre charlatanismo.

Crentes do Brasil, os comentários estão abertos aos seus xingamentos. Deus todo-poderoso, send in the clowns.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Bom dia!

Acordar num mundo sem Fidel Castro dá um ânimo todo especial! Fico meio bobo, querendo usar exclamações e emoticons! :D

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Twitter

É impressão minha ou esses dias de Campus Party serviram pra incrementar a parcela brasileira do Twitter? Tem bastante gente me seguindo.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Mallu Magalhães

Mallu Magalhães


Reduzir Mallu Magalhães a qualquer coisa é covardia. Não é só hype, não é só uma cantora de quinze anos, não é só uma menina que lotou o Studio SP com família, amigos, uns fãs e boa parte dos jornalistas musicais de São Paulo ontem à noite. Profundamente sincera, esfuziante (do Caldas Aulete: "2. Que revela grande alegria; que é muito vivaz, radiante", não "3. Que faz muito barulho; RUIDOSO"), a garota contamina a platéia. Mais que isso: dá esperança pra nós, os velhos, que pensamos que íamos fazer algo pelo mundo e demos no que demos.

Mallu é, na nossa cabeça, uma profissão de fé imaculada no futuro, na música, no que a gente quis acreditar. Por isso, seria inatingível e inabalável. E a nossa sorte é que ela é mais inteligente que nós, esperta o suficiente pra não cair no velho conto que nos derrubou.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Bate-estaca

Minha mãe chama música eletrônica de bate-estaca. Não é a única pessoa a usar o termo para se referir ao gênero das danceterias e raves.

Sempre desconfiei do título. Tinha algo mais além das batidas naquelas músicas, mesmo nas mais enervantes.

Agora que temos uma obra na frente de casa, justamente na fase de bater estacas para cavar fundações, tendo a achar o rótulo ainda mais injusto.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Juno


Sem sangue, sem violência, Juno encerrou as sessões de cinema deste fim de semana se revelando um filme encantador.

A rigor, a trama da jovem grávida teria tudo pra ser um melodrama barato, mas acabou virando um candidato a clássico da Sessão da Tarde de quilate, como não lembro de ver há tempos. São os detalhes que fazem a diferença: o elenco carismático, a atuação monstruosa de Ellen Page, a trilha sonora gostosa...

Claro, vai ficar datado, e logo na abertura. A linguagem gráfica escancara nosso fim de década. Azar: além de um grande filme, vai render belas lembranças.

Onde os fracos não têm vez



Sweeney Todd me pegou. Mas Onde os fracos não têm vez ficou devendo. Os nossos velhos amigos Coen fizeram um filme com clichês demais, com um tema exausto de tão revisitado que é, pra contar que, uau, o mundo mudou.

Como no post abaixo, eu poderia elencar vários elementos a favor do filme. Muitos deles em comum com Sweeney Todd: é mórbido, sangrento, estiloso, perturbador, lindo em cada detalhe. Mas, no fim das contas, fica sendo um filme bacana, mas que não chega a ser devastador.

Claro, dá para teorizar muito sobre Onde os fracos não têm vez, e isso dá um certo prazer. Mas gostar dele genuinamente é outra história.

Sweeney Todd


Não li as resenhas sobre Sweeney Todd. Nem sei se vou ler. Não faço idéia do que as pessoas estão achando do filme, mas, pra mim, entra fácil entre os melhores do Tim Burton. Fica ali, lado a lado com Ed Wood e Edward Scissorhands.

Digo mais: não quero saber de opiniões sobre o filme. Nem de ler nem de escrever. Afinal, ele é gótico, mórbido, sangrento, estiloso, perturbador, transgressor, lindo em cada detalhe, tem uma trilha evidentemente ímpar, mas tudo isso são apenas alguns dos aspectos do filme. O que o faz apaixonante é seu poder de ultrapassar tudo isso, de transcender e conquistar.

Dá vontade de ver de novo e de novo. E de fazer sessões especiais com as letras na legenda para todo mundo cantar junto. E de manifestar o que Sweeney Todd provoca em nós de diversas formas possíveis.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Cultura

"Por essas e por outras é que eu sou mais o Rio. Lá não tem essa frescura de 'cultura'. É praia, morenas e bala perdida em busca de destinatário merecedor", conclui Ivan Lessa.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Hillary, Obama e o mundo no divã

Aqui de longe, tou achando incrível a eleição norte-americana. A impressão que dá é que até anteontem a Hillary era a coisa mais revolucionária que podia acontecer aos Estados Unidos: uma mulher, democrata, na presidência.

Aí veio o Obama. Negro, mais democrata ainda, com chances concretas.

De uma hora pra outra, Hillary virou a democrata careta, representante de tudo que os democratas teriam de tradicional.

Tudo isso, claro, é uma questão de percepção. E percepção tem aquela pegada de ser uma idéia capturada no ar, mas não é nada disso. Percepção é a reação do inconsciente, é fruto de tudo aquilo que construímos dentro de nós por anos (no meu caso: décadas), do que lemos, vivemos, ouvimos e sentimos.

Olhando à distância, racionalizar o porquê da percepção de que Obama é cool tem tudo pra virar o exercício mental do ano. Entender a cabeça do eleitor se tornou muito mais do que ler os gráficos das pesquisas de opinião. A partir deste ano, vai ganhar quem souber mergulhar nas mitologias e nos arquétipos de seu povo.

Quase lá, Saraiva

Há alguns dias, comentei aqui que recebi um e-mail da Saraiva que me dava acesso ao download gratuito do filme Poder além da vida.

Mais interessado no processo que no filme em si, tentei baixá-lo. Falei isso aqui e tive alguns retornos de uns leitores que tinham passado pela mesma experiência -- e fracassado.

No Carnaval, resolvi tentar de novo. O arquivo de 1,3 gigabytes começou a ser baixado ontem, mas o troço demora. A velocidade ficou o tempo todo em torno de 20 kbps -- a banda lenta aqui de casa passava dos 60 kbps ontem.

O resultado é que, pela primeira vez, consegui pelo menos baixar o vídeo até o fim. É um ponto positivo do sistema e um lucro pra Saraiva, já que, no começo, nem conseguia garantir acesso ao site.

Também há outro motivo pra comemorar: o sistema de direitos autorais funciona. Eu tinha até ontem para ver o filme. Era o prazo estipulado. Hoje, já não consigo rodá-lo aqui.

Parece claro que a Saraiva está disposta a ter um sistema de locação online e testou o novo negócio. A primeira tentativa decepcionou um pouco, talvez até por subdimensionar o projeto. Pra uma marca que está sendo reconstruída, pode ser um problema grave, afinal, abalou a confiança de boa parte de seu mailing de clientes. Mas, como ponto positivo, dá para dizer que, pelo menos, a reação aos problemas foi rápida.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Rabeira

De todos esses dias de Carnaval, tenho um carinho especial por esse rabicho de feriadão que é a manhã da Quarta-Feira de Cinzas.