quinta-feira, 12 de junho de 2014

Exposições para levar / recomendar a estrangeiros

Já vi acontecer algumas vezes: um estrangeiro chega ao Brasil, e aí o paulistano, cheio de orgulho, leva-o ao Masp.
Nada contra o Masp, pelo contrário. Vou sempre. Mas o Masp é um museu muito calcado em coleções europeias e norte-americanas. É tímido pra quem tem um Metropolitan, um Louvre ou um Prado por perto. O turista é cordial, fica feliz pela atenção, agradece.
Claro que estou generalizando, e há turistas que não são de cidades grandes e outros que são de países que não têm um Masp e nunca puderam ir a um museu etc. Ou tem um cara que é fanático por Renoir ou Van Gogh ou Turner (exemplo: hipoteticamente, eu iria no Masp, sim). Mas enfim: de forma geral, há opções que me parecem mais interessantes pra levar um turista, ou mesmo pra recomendar. Até porque, em época de Copa, um turista não tem tempo nem disposição de ir a muitos museus.
Separei algumas exposições que vi em São Paulo como sugestões:
foto roubada do site do mam
* A vontade construtiva na coleção Fadel, no MAM-SP - Essa eu acho a mais legal. Tem modernistas, tem concretistas, neoconcretistas, formalistas. Ninguém concorda com ninguém. A briga por quem trouxe realmente o modernismo pro Brasil é travada ali a tapa, a chute, com dedo no olho. Não tem tudo, mas tem tudo o que precisa pra entender a dinâmica da arte no Brasil no século passado. Mas provavelmente você vai precisar dar uma ajudinha.
* Transarquitetônica, de Henrique Oliveira + Vânia Mignone + acervo, no MAC-USP (no prédio em que era o Detran) - Acho que esse trabalho do Henrique Oliveira rende bastante pra um estrangeiro. A pintura da Vânia Mignone eu curto demais. E o acervo tá com coisas boas, como o Hudinilson Jr., Leon Ferrari, Volpi... Eu já tinha ido no novo MAC duas vezes (e mais uma em que tava faltando luz), mas agora tem mais andares preenchidos, e tá bem interessante. Mesmo pra quem mora em SP, tá merecendo uma visita atenta.

Boltanski, foto roubada por mim mesmo
* Boltanski 19 924 458 +/-, de Christian Boltanski, no Sesc Pompeia - É a mais paulistana de todas (e já ia me esquecendo dela). Num dos galpões da Lina, prédios feitos com caixas, mais sons e rios não deixam dúvida: o artista recriou São Paulo.

* Um trágico nos trópicos, de Iberê Camargo, no CCBB - Esse eu tinha até esquecido, mas a Lili lembrou nos comentários. Eu, meio como todo mundo de Porto Alegre, é meio habituado a ver muito Iberê com frequência. É incrível ver Iberê fora de lá: ao ver as pessoas fascinadas, nos lembramos do nosso próprio fascínio perdido.

Selfie roubadíssima no Miguel Rio Branco
* Teoria da cor, de Miguel Rio Branco, na Estação Pinacoteca - Miguel nasceu na Espanha, mas é brasileiro. É um imenso fotógrafo. Esta exposição é uma retrospectiva que parte do seu uso de cores. Tem obras antigas, outras mais novas, algumas que estão no pavilhão dedicado a ele em Inhotim. Aproveite e já emende com o acervo da Estação Pinacoteca e com o da própria Pinacoteca (e de uma olhadinha no Grupo Zero, que já estando lá não custa).
E mais:
* Se o cara tá em Porto Alegre, tem umas dicas aqui.
* Se ele vai pra BH, tem Inhotim.
* Indicando sem ter visto: Richard Serra no IMS do Rio, com a casa modernista totalmente recuperada pra abrigar os desenhos do Serra.
* Em São Paulo, ainda vai abrir a exposição dOsgemeos.

Se quiser deixar dicas, os comentários tão aí pra isso.

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