Conheço a Carol já faz uns anos, porque somos de Porto Alegre – e Porto Alegre permite que as pessoas se conheçam e saibam o suficiente um sobre o outro a ponto de simpatizar ou desprezar sem que sejam de fato pessoas que se encontram com regularidade. Acho que encontrei a Carol duas ou três vezes na vida, mas por um bom tempo pude acompanhar à distância o que ela andava fazendo.
Carol sempre foi um nome interessante, sempre andou bem acompanhada e, portanto, era certo que uma hora dessas viria um Pó de parede por aí.
Pó de parede é um livro de estréia – e isso não é nenhum problema. Suas três novelas curtas me deixaram a impressão de que ainda tateiam para encontrar uma sintonia fina entre si – e há um esforço visível e admirável nesse tatear, ele é consciente e eficaz. A Carol parece ter um caminho no mínimo mais ou menos tomado e não está se debatendo no escuro.
O resultado é que gosto muito das três histórias. Só fiquei com a impressão de que a menina da primeira história é madura demais pra idade dela em algumas passagens. Eu não era assim, mas meninas amadurecem antes. Sei lá se tanto, me digam vocês.
De qualquer forma, a última história é a melhor, disparado. Capitão Capivara é um personagem brilhante (desenhei vários num moleskine na hora), os bastidores do hotel viraram um cenário perfeito, tudo funciona bem demais. É por isso que, embora eu goste demais da opção maluca de desfecho, fiquei mais a fim de ler uma conclusão diferente em, talvez, uma história com mais páginas.
*
Pó de parede saiu pela Não Editora – eles não são uma editora, indica o cachimbo do Duchamp no logotipo. Mais de uma pessoa (tipo o Delfin) já os definiu dizendo que são a nova Livros do Mal – porto-alegrense, pequena e cheia de nomes interessantes.
Hm.
2 comentários:
Meninas amadurecem antes, como a Carolzinha, Nasi. :)
Pó de Parede tá autografado na cabeceira. Tenho que voltar correndo pra casa e começar a ler. Muito.
Nasi, fazia tempo que não andava por aqui, mas tenho tido saudade de você, sabe como, né? vim e dei com você em férias. Por onde anda? por que terras, por que mares. E dei ainda com o Pó de parede que me deixou curiosa e com a Zouk, que eu também nunca ouvi falar em SP. Que coisa!
Beijo grandão.
Anaelena
Postar um comentário