Eu não moro no Rio Grande do Sul há mais de dois anos. Mas visitei o estado neste fim de semana, por umas 36 horas. Fiquei bem impressionado, admito. E não é um impressionado bonito, pra cima. É que as pessoas estão desmotivadas e exaustas. Elas não agüentam mais.
E digo mais: dos muito pobres aos muito ricos, não achei ninguém que defendesse o seu governo. E ouvi muita gente capaz de listar os problemas do estado, mas ninguém consegue apontar a solução. Parece que o pessoal perdeu a esperança.
Porto Alegre é uma cidade igualzinha ao que era quando saí daí. Não tem obras, não muda, parou no tempo. Só mudou o desânimo geral, que aumentou. Até aquele orgulho de ser gaúcho, sentimento que me irritava bastante, confesso, parece estar abalado.
Sei que a culpa não é só sua. Que a senhora é herdeira de outros incompetentes, de diversos partidos. Que a crise é mais antiga. Acredito até que a senhora esteja se mexendo para mudar isso.
Mas a notícia que tenho é ruim: não está dando certo.
Sinto muito, mas pra mim é claro que a senhora e sua equipe precisam se esforçar mais.
Ou, no mínimo, que parem de atrapalhar.
Falo isso porque vi, recentemente, dois bons amigos envolvidos em desgastantes matérias de jornal que me pareceram desnecessárias.
A primeira foi a Vera Callegaro, que a senhora conhece melhor do que eu, mas por quem, graças a uma velha amizade entre nossas famílias, tenho bastante carinho. Mas, apesar de saber que a senhora, e não ela, estava errada, deixo que vocês, velhas amigas que são, possam se acertar.
Foi um erro seu, coisa que faz parte da vida política.
Mas o que foi feito com o Luis Paulo Faccioli não tem explicação. Não só com ele, por sinal, mas com a cultura gaúcha inteira. Fazer chacrinha no Conselho Estadual de Cultura é amadorismo, governadora.
E mais: é coisa dos seus adversários políticos, a corja escarlate, vide as tentativas do Ministro Hélio Costa em mexer com a Anatel. A senhora, que estuda essas coisas, sabe melhor do que eu: pega mal meter a mão onde a autonomia se instaurou.
Conheço muito pouco a secretária de Cultura, Mônica Leal, filha do saudoso Pedro Américo, lembro apenas que foi minha colega na faculdade de comunicação e soube que foi uma bem votada candidata ao senado. Como estou fora há muito tempo, nem tenho como avaliar suas qualificações. Mas acho que vocês deveriam conversar um pouco. Pelo jeito, parece que o seu governo está apenas brincando com a pasta da Cultura, que exige muita seriedade.
Governadora, a senhora está com a faca e o queijo na mão: quem tirar o Rio Grande do Sul da lama vai governá-lo por muito tempo. É uma oportunidade única. Seja esperta como a senhora sempre foi: não jogue fora o que tem na mão.
Atenciosamente,
3 comentários:
nasi, acho que tu quiseste colocar "quem TIRAR o Rs da lama..." bem no finalzinho do texto. de resto, assino embaixo. ou não, ando muito desanimado, principalmente com política.
abs,
raul.
Bingo, Sr. Krebs.
Yeda, volta pra São Paulo e leva o feijão junto.
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