Andam dizendo por aí que dá pra ser ecológico sem ser chato. Até deve dar. Depende do que o sujeito acha que é chato.
Geralmente, o ecochato é um cara que muda a própria vida. Que faz algo simples, mas que os outros não fariam, como fechar a torneira ao se ensaboar no banho. Bobo, quase estúpido, mas muita gente não fecha a torneira.
Ou então o cara separa o lixo. Coisa que muita gente não faz, que coisa!
Aí esse sujeito, mesmo sem abrir a boca, fica lá. Sua própria existência é uma prova inconteste de que a gente não tá nem aí pro planeta. As suas ações simples denunciam a nossa preguiça. Cada gesto dele equivale a uma inação nossa e, portanto, à nossa contribuição diária pro aquecimento global.
Fato é que não dá pra mudar o mundo mantendo os mesmos hábitos e vivendo numa vida cômoda. Tem que desligar o ar condicionado do carro também nos dias quentes, e não só quando está agradável. Tem que pagar um pouco mais por uma embalagem de vidro e por um tomate orgânico da região. Tem que ir a pé até a esquina. Tem que ir ao trabalho de ônibus e metrô.
E, a propósito, tem que ligar na prefeitura e dizer que o sistema de transporte tá uma merda.
Não adianta não mudar os hábitos. Nem dizer que é mais legal andar de táxi, passar calor ou fechar a torneira. Porque não é. É chato, sim. Mas tem que fazer.
Um comentário:
fiquei com vergonha de mim mesma.
obrigada por escabelar meu novo corte de cabelo.
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