Ontem passei a tarde e um bocado da noite no Centro Cultural Banco do Brasil, assistindo à programação do Festival Jodorowsky. Daqui a pouco me toco pra lá de novo -- quero ver ao menos O Ladrão de Arco-Íris, que é o filme mais comercial dele.
Jodorowsky é um desses autores supercultuados por pouquíssima gente e completamente ignorado pela multidão. Transita com certa desenvoltura por diversas áreas.
Na literatura, faz poemas e romances -- o único que saiu no Brasil é o excelente Quando Teresa Brigou com Deus.
Nos quadrinhos, fez a série Incal e seus derivados (Antes do Incal 2 ganha sessão de autógrafos na quarta). Um de seus trabalhos mais recentes é a excepcional Bórgia, com desenhos de Mil Manara.
Jodorowsky também é ocultista. Restaurou o Tarot de Marselha, por exemplo.
Também foi fundador do Teatro Pânico, com Fernando Arrabal.
Seu cinema, foco maior dessa mostra do CCBB, é uma junção de tudo isso, de certa forma. Se suas obras espalhadas ajudam a construir um mundo jodorowskiano, o cinema é a concretização mais completa disso: ele atua, compõe, escreve e dirige. Mas, mais que isso, impõe o seu ritmo. Não acompanhar Jodorowsky e perder-se no Incal, por exemplo, é natural. Mas a HQ permite a releitura imediata e fragmentada. O cinema e sua necessidade de um fluxo narrativo contínuo me parece mais próximo da forma como o artista de fato se comunica.
Bem, vou lá. Só não chamo vocês porque não precisa: as sessões de ontem estavam absolutamente lotadas. ;)
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