E aí a gente estava no CaixaFórum, tinha visto uma mostra matadora do Mucha e queria trazer o catálogo. Fomos na lojinha e lá estava ele, figura recorrente de todas essas lojinhas de museus por que passei nos últimos anos: o dedoche do Freud.
Comprei, né?
Já fazia tempo que eu andava arrependido de tê-lo deixado pra trás tantas vezes. Sentia que ele tinha algo além do aparente. Que era um dedoche especial.
E era.
As pessoas falam com o dedoche do Freud. Abrem seus segredos, buscam ajuda, o enfrentam, como se estivessem em terapia -- e não importa que elas estejam em uma sala de espera ou um Starbucks ou até mesmo no meio do escritório. Elas simplesmente me ignoram (e isso não me parece fácil), olham para meu dedo e começam a falar.
-- Olha, eu sei que você só pensa em sexo e acha que tá tudo relacionado a sexo, mas o meu problema não é esse.
-- Eu me sinto sozinho, por isso, não sei o que fazer.
-- Eu não acredito em terapia, em ficar falando com um sujeito que não me responde nada, prefiro uma conversa, viu?
Não é completamente mágico?
Um comentário:
Eu também compraria, rs.
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