sexta-feira, 8 de agosto de 2008

David Lynch em São Paulo

Primeiro foi a bagunça da fila, que começou a se formar cedo. Tinha gente tentando furar, acabou virando barraco, um horror.

Estava claro: os agora lendários 166 lugares do Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, não teriam como abrigar os centenas de seguidores de David Lynch.

Teve bate-boca, teve funcionário da livraria jogando a responsabilidade da organização para o público, teve gente que chegou cedo e ficou de fora em detrimento dos furões. Enfim, ficou um climão pesado.

Fora que tinha que chegar cedo, ficar na fila, uma chatice.

E teve o lado legal: o Lynch reuniu uma fauna de amigos que ia de artista chapecoenses a editores do Batman.

Mas, deixando tudo isso de lado, de repente:

David Lynch

David Lynch estava lá. Com seu topete Eraserhead. Falando sobre meditação. Dizendo que idéias são como peixes. E que, às vezes, assim como você se apaixona por um peixe, você acaba se apegando a uma idéia -- e é essa idéia, que não é necessariamente a maior ou a melhor, que vira a obra.

(Pra mim, que já tinha lido Em águas profundas, tirando o momento tiete, foi isso que mais valeu.)

Coisas assim. Por pouco mais de meia hora.

Ou coisas como a pergunta "Meditação transcendental pode ajudar as pessoas a entenderem seus filmes?".

Pra qual a resposta foi, citando uma das supostas vantagens da tal técnica:

-- Compreensão infinita.

E a galera riu.

David Lynch

Além do Lynch em si, estava, meio que de surpresa, o Donovan, guru de meditação dos Beatles.

Donovan

O Donovan. Quem diria. E ele ainda cantou uma canção.

Nenhum comentário: