Quem disse que a humanidade aprende com o erro?
Uns anos atrás, quando ainda estava às voltas com jornalismo digital, vi as gravadoras olharem o MP3 com certo desprezo. E também alguma soberba: achavam que eram grandes o suficiente pra enfrentar a massa que começou a usar a internet para pirataria.
Deu no que deu.
Hoje, o Blue Bus abrigou um, errr, debate sobre alguns canais de TV por assinatura que andaram mutilando séries para ampliar o espaço comercial, algo que pega mal não só para o canal, mas também pro pobre anunciante, a quem provavelmente foi prometido um horário concorrido e bacana.
Desse jeito, não fica difícil profetizar que mais um povaréu tenderá a migrar para os tais torrents -- que saem de graça, que não vêm com propaganda (só merchandising), que podem ser vistos a qualquer momento e ainda têm a vantagem de apresentar os programas logo depois de sua exibição norte-americana, versus as semanas (ou meses) de espera da versão nacional.
Quem também anda ignorando tacitamente o rombo que os downloads estão causando é a pequena indústria de quadrinhos. Como é um mercado pequeno, ainda não é um assunto muito falado por aí. Mas quem está dentro, ou por perto, sabe que o volume de piratas de quadrinhos é monumental há anos. O Dan Slott, um bom e jovem roteirista, andou reclamando, mas o tom me lembrou muito os discursos das gravadoras antes da queda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário