segunda-feira, 2 de abril de 2007

Duas adaptações

No cinema, duas adaptações.

Uma é de O Cheiro do Ralo, primeira novela de Lourenço Mutarelli, um livro soturno e denso, tão preto-e-branco quanto os quadrinhos do cara. E um dos meus favoritos. Virou um filme colorido na forma (e isso começa nas cores que cercam a bunda da cena de abertura e se espalha por toda a película), mas ainda perturbador. E brilhante, diga-se de passagem. A sala em que vi estava quase vazia. Não deveria.

A outra é 300, graphic novel de Frank Miller. Originalmente, é todo colorido. O filme mantém os mesmos tons que o trabalho da colorista Lynn Varley, só que mais fumacentos. Visualmente, é espetacular -- faz de Maria Antonieta um filme contido. Mas o enredo é épico demais, sempre no mesmo tom, como se o clímax começasse passados os primeiros cinco minutos. A frase "Tonight we dine in hell", que vem sendo cultuada, pode passar batida a um desatento. A sala em que vi estava vazia. Inesperado, mas justo.

Por coincidência, as duas obras, tão contrastantes, foram reeditadas agora pela mesma Devir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, não vi - ainda - nenhum dos dois. Mas quero, especialmente, o Cheiro do ralo. Por tudo.
Bom ler você e saber o que achou, pensou, disse.
Beijo,
Ana