No meio da leitura das 500 páginas de Jardins de Kensington, vi que Rodrigo Fresán vem ao Brasil. Estará na Flip.
Nunca tinha ouvido falar dele até o dia em que vi aquela capa em verde e preto (de Ana Solt e Junior Sacco) na Livraria Cultura. O título, unido às recordações e saudades de Londres, me chamaram atenção. Folheei um pouco, parecia bacana, levei. O livro ficava me encarando. Dizia-me para lê-lo.
Descobri que era um romance costurado com uma biografia de James Matthew Barrie, criador do Peter Pan. A colcha de retalhos inclui Peter Hook (nome de um New Order, mas também amálgama entre o garoto que nunca cresce e seu algoz em Neverland), autor da bem-sucedida série Jim Yang (pense em Harry Potter), prestes a se matar, e mais muita referência à cultura inglesa. Música, filmes, ruas, um rol de personalidades da era pós-vitoriana. Era um monumento à Inglaterra no século 20. Tanto que, imerso na leitura, cheguei a pensar que o original era bretão, e não em espanhol. Se praguejar ferve orelhas, o tradutor Sérgio Molina teve a cabeça esquentada por conta da minha injustiça, que na distração da Neverland de Jim Yang não me dava conta que os termos em inglês não eram resultados de preguiça, e sim do zelo ao original.
Hoje pela manhã, bem cedo, acabei de ler. No livro, achei uma nova Londres. É a mesma que conheci e está na foto acima, tirada em outubro do ano passado nos Jardins de Kensington. Mas Fresán cria uma nova cidade a partir da estátua de Peter Pan.
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