Sandman fez pelas HQs o que o Nirvana fez pelo rock de garagem. Tirou do gueto, tornou cool, atraiu a atenção de moças bonitas e mudou a forma de as algumas pessoas se vestirem. Muita gente deixa de prestar atenção em boas bandas esperando o novo Nirvana. E muita história em quadrinhos bacana passa batido porque as pessoas querem o novo Sandman.
Pois bem: novo Sandman não vai rolar. Mas assim como rolou um porrilhão de bandas legais depois do Nirvana, a DC Comics se mexeu e criou Vertigo, um selo para abrigar os descendentes (mas não sucessores) de Sandman.
Até agora, os lançamentos da Vertigo estavam espalhadas por várias editoras. Saia um aqui e outro acolá, de formas esparsas, muitas vezes mal cuidados, caros demais ou distribuídos no círculo restrito das lojas de quadrinhos. No começo desse ano, pela primeira vez, uma editora fechou um acordo para centralizar as publicações Vertigo -- e, de lambujem, a Wildstorm, que era uma linha de quadrinhos mequetrefe no começo dos anos 90 que, aos poucos, começou a ficar bem bacana. Títulos como Authority, Planetary e a linha ABC, de Alan Moore, mudaram totalmente o perfil da editora.
O trabalho da Pixel começou semana passada, com a Pixel Preview -- uma revista de 32 páginas a mais que justos R$ 2,90 e com uma única história, extraída da série 100 Balas. Eu implico com a opção de começar algo estrondoso com um repeteco. A história já tinha saído pela editora Opera Graphica. De qualquer forma, era um aperitivo.
A coisa começa pra valer nesta segunda, quando a Pixel Magazinec chega às bancas do Brasil todo. É uma revista mensal, que vai publicar HQs bacanas a um preço justo (R$ 9,90) e, de carona, divulgar os lançamentos da editora.
São títulos fixos os ótimos Constantine (Vertigo) e Planetary (Wildstorm). Complementam as 100 páginas desta edição uma história curta de Authority e outra da série Global Frequency, que quase virou série de TV (mas o piloto vazou na internet e era sofrível).
Por fim, a minha favorita: Cobweb, de Alan Moore e Melinda Gebbie. É a dupla que fez Lost Girls. É uma pequena obra-prima que saiu na sensacional revista Tomorrow Stories, um antro de histórias curtas brilhantes e personagens geniais de Moore.
Pra completar, a Pixel Magazine está lindona. A capa é over, ok, mas o miolo é elegante e clean. Tem até espaços em branco, algo que está mais para Vida Simples do que para os designs poluidaços de algumas HQs editadas por aqui.
Um comentário:
Massa isso, Nasi, vou ver se acho. Também achei a capa medonha, mas vamos ver esse recheio!
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