"By challenging what the experts term 'street art', our actions have, in turn, uncovered an alliance between the coercive force of the state and the 'creative class' of the artist. We began these series of actions as a critique of rationality."
A frase é atribuída ao Splasher. Saiu no Gothamist, de um manifesto supostamente escrito por ele. O site aponta suspeitos. Cada um tem o seu. O New York Times de hoje joga fichas em um grupo. Mas a identidade do Splasher ainda é controversa.
É natural: demorou para que o status adquirido pela street art nos últimos anos fosse contestado.
Curiosamente, a chamada do New York Times é igualzinha à da Zero Hora no caso da faixa de segurança, obra da qual este blog tratou semanas atrás. Os dois jornais questionam se é arte ou vandalismo.
Reparar na diferença entre os casos é uma aula sobre Porto Alegre.
Na capital do Rio Grande do Sul, um grupo de jovens fez uma coisa que é inquestionavelmente arte. Pode ser boa arte ou má arte, pode ser interessante ou picareta, pode remeter a uma imagem desgastada pelo design. Mas aquilo é definitivamente arte há muitos anos.
Em Nova York, trata-se de destruição de obras de arte. Nada de ready made nem nada do gênero. Guardadas as proporções bélicas e religiosas, é como o Taleban destruir estátuas milenares de Buda no Afeganistão. E daí se questiona se o que resta para a arte é a destruição, algo mais próximo de Shiva que de Apolo.
O que faz a diferença é o fermento das duas cidades. O habitat dos artista interfere na obra. O Splasher em Porto Alegre não seria polêmico, e sim um vândalo. E a faixa de segurança em Nova York provavelmente seria bacana, mas estaria longe de conseguir o espaço e a importância adquirida pelo Splasher nos últimos tempos.
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