O Bill Gates alertou ontem que a forma como se lê vai mudar. É um tema recorrente por aqui.
Quando digo que livros estão à beira de enfrentar o mesmo problema que CDs, não é exagero. Assim como as gravadoras achavam que o MP3 não era um problema até verem o iPod, as editoras andam ignorando a evolução das telas digitais para leitura. Um dia desses, provavelmente logo, quem sabe ainda neste ano, chega às lojas uma tela que imita o formato, o toque e a leitura de um livro. Há várias em desenvolvimento. Quando elas chegarem, muda o jogo.
Na música, as gravadoras ainda têm um papel importante -- ainda que deficitário -- de pôr o músico no estúdio, fazer um marketingzinho, pagar um jabá acolá.
Com livros, é diferente: a maioria das editoras não investe em propaganda, as assessorias de imprensa contam com a boa vontade dos jornalistas. No Brasil, a chance de uma editora menor ganhar um espaço nobre num jornal é muito maior que nos Estados Unidos, por exemplo, onde a estrutura é mais profissional -- e, portanto, um pouco mais dependente dos grandes selos.
Aqui, um autor que põe um livro nas livrarias pelas mãos de uma editora meia-boca só tem a ganhar se tudo virar digital. Inclusive em circulação e direitos autorais -- quanto mais um autor circula, mais ganha, por exemplo, com palestras.
Mas ainda é cedo pra definir como será o cenário. Simplesmente porque vai mudar a forma como as pessoas lêem. Clássicos com direitos liberados já estão disponíveis de graça, por exemplo. Em livros, clássicos costumam ser maltratados.
Estou curioso para ver o que o novo sistema muda na cabeça do leitor e dos escritores. E quem não está?
Um comentário:
Concordo com vc, Nasi. Eu acho q uma mostra disso é o q acontece com "conteúdos para celular". No japão, editoras ganham muito dinheiro com isso.
Eu trabalho em editora e tento convencer o pessoal aqui a utilizar os serviços do google books q, no Brasil, só tem como adepto a editora Senac.
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